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Nicolas de Chantereine, escultor do Renascimento

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Este artista, nascido em França no ano de 1470, é o estatuário das figuras do Rei D. Manuel I, o Venturoso (1469-1521) e de D. Maria de Aragão e Castela (1482-1517), bem como dos episódios alusivos à Virgem (Anunciação, Natividade e Epifania), da porta fronteira ao altar-mor do Mosteiro de Santa Maria de Belém, da Ordem de São Jerónimo, em Lisboa, seguindo o projeto original de Diogo de Boitaca (1460-1527).
Rui Calisto

Como discípulo do Renascimento, Chantereine, foi um tecnicista, utilizando a arte do talhado com alguma mestria. Empregando instrumentos como a broca manual, que permitia suprimir a pedra até uma indubitável profundidade, ou, porém com menos frequência, utilizando o modelo de gesso e, até, o processo grego de lavrar o bloco em boleado. Teve ofício distinto em Portugal, onde executou inúmeros labores por, aproximadamente, 34 anos. É considerado um dos precursores do Renascimento português. Além de Lisboa, deixou obra no Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra; No Mosteiro de São Marcos, em Tentúgal; Na Igreja conventual da Pena, em Sintra; Em Évora executou as esculturas da fachada e da capela-mor do Convento de Nossa Senhora da Graça. Em Óbidos, onde trabalhou na década de 20, no já citado século XVI, executou o agregado escultural: “A Pietá, representando a Virgem Maria com o corpo morto de Jesus nos braços, após o ato da crucificação” e “A Assunção da Virgem”, colocados posteriormente no monumento funerário de D. João de Noronha, o Moço (Século XVI) e D. Isabel de Sousa (Século XVI), que se encontra no interior da Igreja de Santa Maria. Há desconfianças de que esse conjunto escultórico é resultante de um provecto retábulo, datado, provavelmente, de 1518/1519 – também de autoria de Nicolas de Chantereine – e para ali transferido. Corria o ano de 1525 quando, na parede lateral da nave, do lado do evangelho, aquele mausoléu foi estatuído. Edificado como um desmedido portal, sendo magnificamente adornado, possui no seu centro um trespassado arco de volta modelar, que hospeda a ucha sepulcral. Toda aquela construção reparte-se em três apontamentos, “correspondentes à base, onde se integram os plintos e a arca, o arcossólio, onde assentam quatro esculturas de vulto, e o entablamento”. De uma beleza ímpar, todo o grupo é delimitado por esse expressivo arcossólio em rotação esmerada, com intradorso guarnecido por saliências de fundamentos de “grutesco e caixotões com florões”, apoiado sobre dois fustes duplicados com laçarias, e estes, pousados sobre pilastras adornadas com “pendurados”. Perfeito para suster a obra de Nicolas de Chantereine, pois a virtuosidade deste autor tem símile na gracilidade e na perfeição cinzeladas nos seus baixos-relevos, cujas origens remontam à estampa hodierna, quer nos retábulos simbólicos, quer no guarnecimento. Óbidos, com aquele conjunto escultórico, bebe do Renascimento italiano, como se do melhor vinho de Piemonte ou da Toscana se tratasse, pois, ali está a impercetível fusão “lumínica do material alabastrino”, firmando-o como um insigne artista da pedra e, porque não, da arquitetura, no propósito mais puro de planeador de retábulos, excecional indício de génio da ressurreição. “A Pietá, representando a Virgem Maria com o corpo morto de Jesus nos braços, após o ato da crucificação” e “A Assunção da Virgem”, ambos no Túmulo de D. João de Noronha e D. Isabel de Sousa – classificado como Monumento Nacional no ano de 1933 – em exposição permanente na Igreja de Santa Maria, é mais um dos motivos para alongarmos o nosso encantamento na vila de Óbidos.

Rui Calisto

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