Durante a sessão de arranque do novo ano académico, que se realizou no passado dia 29, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, o presidente do Politécnico de Leiria também destacou a necessidade da alteração da designação da instituição, que “hoje em dia tem aproximadamente 13 mil alunos, dos quais 1300 são estrangeiros de 60 diferentes nacionalidades”, para a designação de Universidade Politécnica de Leiria. Essa alteração, “não só é condizente com a missão e plenitude funcional do Politécnico de Leiria, como também facilitará os contextos de captação de mais e melhores estudantes, quer a nível nacional, quer a nível internacional”.
“É neste contexto que a designação Universidade Politécnica de Leiria é absolutamente determinante e diferenciadora”, sublinhou Rui Pedrosa, que também aproveitou a ocasião para lançar um desafio ao Governo, de modo “a dar um passo decisivo na valorização e comunicação internacional das instituições de ensino superior do subsistema politécnico, permitindo formalmente a utilização da designação Polytechnic University of Leiria, em contexto internacional”.
Igualmente referiu que o “fator mais distintivo e diferenciador da instituição” é o foco que esta tem no desenvolvimento regional, em contraponto com grandes universidades nacionais e internacionais.
No que diz respeito à partilha e à valorização de conhecimento, o Politécnico tem “um conjunto ambicioso de projetos”, como o SmartOcean no Parque de Ciência e Tecnologia do Mar, no IMADE – Parque de Ciência e Tecnologia da Indústria, no Centro Empresarial de Base Tecnológica, na transformação do campus 5 num hub de inovação da saúde, no projeto “Leiria Social Innovation Hub”, aprovado no âmbito do Portugal Inovação Social, e ainda na criação do futuro Laboratório de Experimentação e Criatividade da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR), no edifício da antiga Escola Básica do Parque, que terá um investimento direto da Câmara Municipal das Caldas da Rainha.
Relativamente à investigação, o instituto contará com mais de 170 projetos em curso e um “aumento sistemático do número de investigadores no Politécnico de Leiria”.
O responsável do Politécnico também anunciou os bons resultados alcançados no processo de avaliação realizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), em que “das quinze unidades de investigação, temos três com avaliação “excelente”, duas com “muito bom” e nove com “bom””. Isso, segundo o presidente do Politécnico, irá permitir que a partir de 2020 a instituição possa, pela primeira vez, contar com um financiamento direto à atividade de investigação através da FCT, que ultrapassará o montante de um milhão de euros anuais e possibilitar o reforço do ecossistema de investigação e inovação.
Em relação ao financiamento das instituições de ensino superior, Rui Pedrosa considerou ser fundamental um reforço das dotações orçamentais, se possível “durante esta legislatura”, de modo “a discutir, desenvolver e a definir uma fórmula de financiamento para o ensino superior em Portugal”.
“Ao dia de hoje temos mais 225 novos estudantes do que no ano anterior, sendo o quarto ano consecutivo de crescimento. Mas, curiosamente, este esforço para atrair e reter talento para a região resultará em mais constrangimentos financeiros, caso não existam correções estruturais e mecanismos que premeiem o mérito”, alertou o responsável.
Igualmente aproveitou para recordar o compromisso que envolveu o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Ministério da Justiça e o Ministério do Trabalho e Segurança Social, e alertar para a urgência da construção de novas instalações para Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) nos terrenos da prisão escola, criando assim “um único campus académico em Leiria”. Este projeto teria como contrapartida a requalificação dos pavilhões da prisão escola, e a cedência das atuais instalações da ESECS ao Instituto do Emprego e Formação Profissional.
O presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Tinta Ferreira, destacou o “ambiente de criação artística e de design que se vive na cidade, onde alguns dos alunos se instalam e desenvolvem as suas atividades empresariais”.
Atribuição de títulos Professor Honoris Causa
Além do discurso de “boas vindas aos novos alunos”, a cerimónia também contou com a homenagem aos colaboradores com mais de 25 anos de serviço, e entrega de prémios, bolsas e distinções a atuais estudantes, diplomados, professores e investigadores do Politécnico e de dois títulos honoríficos Professor Honoris Causa. Um deles foi atribuído à nova ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, como forma de “demonstração de gratidão institucional e pessoal pela competência, visão e apoio institucional que, enquanto presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, sempre deu a esta região e em particular ao Politécnico”, explicou Rui Pedrosa.
“Mais nervosa do que na tomada de posse como ministra”, Ana Abrunhosa deixou o “casaco de ministra na cadeira” para aceitar a distinção e assumir o compromisso de “fazer a ponte com os outros ministérios”, no que diz respeito aos projetos a desenvolver pelo Politécnico de Leiria, que “tem a qualidade das melhores universidades”.
A mesma distinção foi concedida ao antigo secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, que morreu em março deste ano, vítima de ataque cardíaco. Foi responsável pelo “lançamento da estratégia nacional para a indústria 4.0” no Politécnico de Leiria.
Para receber a homenagem subiu ao palco o seu pai, Arménio Vasconcelos, que recordou as várias distinções que têm sido feitas ao seu filho, “que me tem dado tantas satisfações e hoje me fez vir às Caldas da Rainha, onde tantas vezes veio comigo, para receber mais uma”.
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