Antes deste ensaio, escreveu e publicou doze livros, desde o romance à autobiografia, passando pela história da música: “Histórias de Lamento e Regozijo” (contos), “Coca-cola killer” (romance), “Polisário – Memória da Terra Esquecida” (livro de viagem), “O que é a Música” (ensaio), “Músicas da Minha Vida” (crónicas), “O meu Livro de Música” (infantil), “Tubarão 2000” (romance), “Devoradores de Livros” (duas novelas e alguns contos), “Toda a Música que Eu Conheço – 2 Volumes” (História da Música),”Ao princípio era Eu” (autobiografia), “Portugal Definitivo” (romance) e “Storyboard” (frases e desenhos).
António Victorino D’Almeida nasceu em Lisboa, em 21 de maio de 1940, e iniciou cedo uma carreira de pianista e concertista, atuando numa grande parte dos países da Europa, e também no Brasil, Canadá, Cabo Verde, Angola, Moçambique e Macau.
Em concertos ou gravações já dirigiu várias orquestras, tanto em Portugal como noutros países, mas considera que a sua principal atividade é a de compositor.
Obteve a mais alta classificação no curso superior de composição da Escola Superior de Música de Viena e o seu catálogo apresenta 38 obras sinfónicas e corais-sinfónicas.
Compôs diversas obras de câmara para os mais diversos conjuntos instrumentais e dentro de outros géneros musicais escreveu mais de meia centena de canções, que fazem parte do repertório da artista austríaca Erika Pluhar, e quinze fados, maioritariamente para Carlos do Carmo, mas também para Mísia e outros intérpretes.
Com texto de Rosa Lobato Faria, compôs ainda a canção com que Tó Cruz venceu um Festival da Canção da RTP, além de ter orquestrado para a Orquestra Sinfónica da Flandres várias dezenas de canções dos Madredeus.
Autor do hino da Sociedade Portuguesa de Autores, é também autor da adaptação para teatro musicado de “A Relíquia”, de Eça de Queiroz, trabalhando com regularidade em música de cena – nomeadamente para “A Barraca” ou o “Burgtheater” de Viena, ou na banda sonora de filmes.
Realizou duas longas metragens: “A Culpa”, vencedora do Festival de Huelva, e “As Mesas de Mármore”, para a ORF, além de “O Tempo e as Bruxas”, um filme de caráter experimental, com exclusiva participação de atores amadores.
Foi ainda autor, apresentador e realizador de cinco séries televisivas para a RTP e de uma para a SIC, além de um documentário sobre o fado – “Gemeinsam”, uma produção da ORF, e de “O Inconformista”, sobre a figura de Mário Castrim.
Foi condecorado pelos presidentes da República de Portugal e da Áustria e foi feito Cavaleiro da Grande Ordem das Artes e das Letras pela República Francesa.
“Ensaio Sobre a Surdez” tem como editor Jaime Costa, fotografia de capa e design de João Vasco e grafismo da Gracal – Gráfica Caldense, Lda.
No prefácio, Alejandro Erlich Oliva escreve que se trata de “uma manifestação literária que explicita as pulsões doutrinais que norteiam a sua maneira de ser e de estar na música”.
“Torna-se óbvio que é uma prolongação da sua música”, frisa.
Segundo aponta, a obra “constitui também um gesto preventivo perante a miopia, a amnésia e a boçalidade que ameaçam hoje, à escala global, o sonho incumprido de uma fruição saudável e democrática da cultura, entendida como um bem de primeira necessidade”.
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