Na tradicional sardinhada do BE e perante diversos militantes, Catarina Martins começou por destacar o “trabalho extraordinário” desenvolvido pelo deputado do BE, Heitor de Sousa, durante duas legislaturas. “O caminho que fez aqui no Oeste transformou-se num caminho nacional pela exigência e pela urgência de implementar um Plano Ferroviário Nacional, como resposta para uma economia mais forte e mais saudável”, salientou a coordenadora do BE, adiantando que “esse caminho forte e exigente todos os dias vai continuar no distrito”, mas desta vez, com o cabeça de lista por Leiria às eleições legislativas, Ricardo Vicente.
A líder do BE aproveitou para evidenciar que o candidato esteve na “linha da frente” na luta dos trabalhadores do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) pela integração na Administração Pública (PREVPAP), na modernização da Linha do Oeste e ainda nas questões ambientais.
A coordenadora do Bloco também referiu que “ao contrário de outros partidos, o BE chega a estas eleições assumindo tudo o que fez e aquilo que ficou por fazer, mas assumindo também tudo o que quer fazer com total transparência”.
Igualmente sublinhou que no BE “gostamos de contas certas e de transparência”, e é por isso, que o partido propõe “um programa que todos os dias quer falar das propostas”.
Para a bloquista é “preciso olhar para o território e mudar a agricultura, a floresta, as infraestruturas e as fontes energéticas”, bem como “combater a precariedade laboral, ter um verdadeiro serviço nacional de justiça, que combata o privilégio, um serviço nacional de saúde forte que promova a saúde, e uma educação onde sejamos todos verdadeiramente iguais”. “Há ainda tanto por fazer”, disse Catarina Martins.
Programa eleitoral com base na “emergência climática”
Com esta candidatura, encabeçada pelo Ricardo Vicente, o BE apresenta um programa eleitoral que “tem como ponto de partida uma necessidade de emergência climática para a qual todos nós somos chamados para concretizar”. O ativista ambiental aproveitou para destacar alguns dos inúmeros riscos que a Lagoa de Óbidos tem e que podem “colocar em causa a saúde pública”.
Além do problema de assoreamento, “que necessita de ser contrariado”, este sistema lagunar conta com “uma imensidão de monoculturas de eucalipto, que facilmente contribuem para o processo de assoreamento, uma agricultura desadequada e assente num modelo químico mecânico, que necessita de ser alterada para uma agricultura sustentável e que garanta uma melhor capacidade de produção”. Para todas estas questões, o BE apresenta um conjunto de propostas concretas neste programa eleitoral, de modo, a “garantir melhor qualidade de vida e maior respeito pela preservação ambiental”
De acordo com o número um por Leiria é necessário um serviço público de dragagens permanentes, redimensionar os sistemas de recolhas e de tratamentos de resíduos urbanos, requalificar as estações de tratamento e dar a dimensão/capacidade de carga adequada para as produções de resíduos e ainda requalificar total a área envolvente da Lagoa.
Na área da floresta, Ricardo Vicente sugere a criação de um plano de reflorestação nacional com espécies autóctones, direcionando todos os apoios comunitários para as políticas de transição ecológica, de modo a permitir o abandono da monocultura, quer na floresta, quer na agricultura. Igualmente criar um serviço nacional de apoio à gestão de ecossistemas para que seja feito um trabalho de incorporação tecnocientífica de qualidade, taxar a produção de eucaliptos e a indústria da celulose, e ainda “o cumprimento das promessas feitas pelo governo às populações afetadas pelos incêndios, pois virão mais anos com condições climáticas e meteorológicas semelhantes ao ano 2017”.
Requalificação e recuperação da Lagoa de Óbidos
Já o deputado Heitor de Sousa relembrou o aderente fundador do BE, João Manuel Penedos, recentemente falecido, como sendo “um dos pilares mais importante que a organização distrital do partido tinha a nível distrital e em especial no concelho das Caldas da Rainha”. Destacou ainda que “a ele se deve grande parte do crescimento do BE neste concelho e ao nascimento desta iniciativa política em defesa da Lagoa de Óbidos”, que “é, sem dúvida, uma das grandes riquezas naturais do nosso distrito, e que temos de preservar”.
Nesse sentido, o Bloco irá continuar a debater-se para que a lagoa seja reabilitada e recuperada, pois é “um elemento não só importante para as pessoas que vivem à sua volta como também é uma marca para a política ambiental, que queremos integrar de norte a sul do país”.
BE “hoje é reconhecido por fazer o que diz””
Presente também esteve o eurodeputado do BE, José Gusmão, que falou sobre o “programa muito claro” que o Bloco quer desenvolver durante os próximos anos.
O partido propõe um conjunto de medidas direcionadas para o combate à pobreza e à área do ambiente.
Em relação ao cabeça de lista pelo distrito, o eurodeputado sublinhou “que é um candidato que pensa os problemas da economia, agricultura, floresta, ambiente e as questões sociais de uma forma integrada”.
Aproveitou ainda para recordar o trabalho de Heitor de Sousa, que “deixou-nos um legado ao nível de propostas concretas ao nível da mobilidade para que o país recupere do atraso que foi acumulando comparativamente a outros países da União Europeia”.
Além deste programa eleitoral, o Bloco “fará questão de discutir politica nesta campanha, porque sabemos que as nossas propostas são o que transporta a herança do que melhor houve durante estes anos e aquilo que nos pode levar para uma nova etapa de recuperação de direitos sociais em Portugal”. Mas isso, “só será possível se continuarmos a ter uma maioria plural na Assembleia da República, capaz de impor a recuperação de direitos e ainda uma resposta à emergência climática e social”.
Igualmente criticou o programa eleitoral do PS, “que assenta em grande medida em propostas que não constavam anteriormente do seu programa mas sim no programa do Bloco”. Mas isso, segundo o responsável, é “bom que assim seja e que a política em Portugal tenha mudado de tal forma, que para pedir uma maioria absoluta, o PS tenha que se valer do capital e do mérito das propostas impostas pelo Bloco”.
Para o responsável, ”a direita está absolutamente despedaçada, quer do ponto de vista orgânico, quer do ponto de vista politico”. Ao contrário do BE, que “hoje é reconhecido por fazer o que diz”.
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