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Bloco de Esquerda

Coordenadora nacional em sardinhada e comício em defesa da Lagoa de Óbidos

Mariana Martinho

EXCLUSIVO

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A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, marcou presença no passado domingo, no comício do partido em defesa da Lagoa de Óbidos, no Parque de Merendas do Nadadouro, junto à Escola de Vela, onde afirmou que “o BE chega a estas eleições assumindo tudo o que fez e aquilo que ficou por fazer, mas assumindo também tudo o que quer fazer com total transparência”, criticando assim a “falta de transparência” dos socialistas. Além das críticas ao PS, os bloquistas reforçaram as prioridades do programa eleitoral do partido, entre elas, a educação, o ambiente e o investimento no território, como é o caso da requalificação e recuperação da Lagoa de Óbidos.
Catarina Martins no comício em defesa da Lagoa de Óbidos organizado pelo BE

Na tradicional sardinhada do BE e perante diversos militantes, Catarina Martins começou por destacar o “trabalho extraordinário” desenvolvido pelo deputado do BE, Heitor de Sousa, durante duas legislaturas. “O caminho que fez aqui no Oeste transformou-se num caminho nacional pela exigência e pela urgência de implementar um Plano Ferroviário Nacional, como resposta para uma economia mais forte e mais saudável”, salientou a coordenadora do BE, adiantando que “esse caminho forte e exigente todos os dias vai continuar no distrito”, mas desta vez, com o cabeça de lista por Leiria às eleições legislativas, Ricardo Vicente.

A líder do BE aproveitou para evidenciar que o candidato esteve na “linha da frente” na luta dos trabalhadores do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) pela integração na Administração Pública (PREVPAP), na modernização da Linha do Oeste e ainda nas questões ambientais.

A coordenadora do Bloco também referiu que “ao contrário de outros partidos, o BE chega a estas eleições assumindo tudo o que fez e aquilo que ficou por fazer, mas assumindo também tudo o que quer fazer com total transparência”.

Igualmente sublinhou que no BE “gostamos de contas certas e de transparência”, e é por isso, que o partido propõe “um programa que todos os dias quer falar das propostas”.

Para a bloquista é “preciso olhar para o território e mudar a agricultura, a floresta, as infraestruturas e as fontes energéticas”, bem como “combater a precariedade laboral, ter um verdadeiro serviço nacional de justiça, que combata o privilégio, um serviço nacional de saúde forte que promova a saúde, e uma educação onde sejamos todos verdadeiramente iguais”. “Há ainda tanto por fazer”, disse Catarina Martins.

Programa eleitoral com base na “emergência climática”

Com esta candidatura, encabeçada pelo Ricardo Vicente, o BE apresenta um programa eleitoral que “tem como ponto de partida uma necessidade de emergência climática para a qual todos nós somos chamados para concretizar”. O ativista ambiental aproveitou para destacar alguns dos inúmeros riscos que a Lagoa de Óbidos tem e que podem “colocar em causa a saúde pública”.

Além do problema de assoreamento, “que necessita de ser contrariado”, este sistema lagunar conta com “uma imensidão de monoculturas de eucalipto, que facilmente contribuem para o processo de assoreamento, uma agricultura desadequada e assente num modelo químico mecânico, que necessita de ser alterada para uma agricultura sustentável e que garanta uma melhor capacidade de produção”. Para todas estas questões, o BE apresenta um conjunto de propostas concretas neste programa eleitoral, de modo, a “garantir melhor qualidade de vida e maior respeito pela preservação ambiental”

De acordo com o número um por Leiria é necessário um serviço público de dragagens permanentes, redimensionar os sistemas de recolhas e de tratamentos de resíduos urbanos, requalificar as estações de tratamento e dar a dimensão/capacidade de carga adequada para as produções de resíduos e ainda requalificar total a área envolvente da Lagoa.

Na área da floresta, Ricardo Vicente sugere a criação de um plano de reflorestação nacional com espécies autóctones, direcionando todos os apoios comunitários para as políticas de transição ecológica, de modo a permitir o abandono da monocultura, quer na floresta, quer na agricultura. Igualmente criar um serviço nacional de apoio à gestão de ecossistemas para que seja feito um trabalho de incorporação tecnocientífica de qualidade, taxar a produção de eucaliptos e a indústria da celulose, e ainda “o cumprimento das promessas feitas pelo governo às populações afetadas pelos incêndios, pois virão mais anos com condições climáticas e meteorológicas semelhantes ao ano 2017”.

Requalificação e recuperação da Lagoa de Óbidos

Já o deputado Heitor de Sousa relembrou o aderente fundador do BE, João Manuel Penedos, recentemente falecido, como sendo “um dos pilares mais importante que a organização distrital do partido tinha a nível distrital e em especial no concelho das Caldas da Rainha”. Destacou ainda que “a ele se deve grande parte do crescimento do BE neste concelho e ao nascimento desta iniciativa política em defesa da Lagoa de Óbidos”, que “é, sem dúvida, uma das grandes riquezas naturais do nosso distrito, e que temos de preservar”.

Nesse sentido, o Bloco irá continuar a debater-se para que a lagoa seja reabilitada e recuperada, pois é “um elemento não só importante para as pessoas que vivem à sua volta como também é uma marca para a política ambiental, que queremos integrar de norte a sul do país”.

BE “hoje é reconhecido por fazer o que diz””

Presente também esteve o eurodeputado do BE, José Gusmão, que falou sobre o “programa muito claro” que o Bloco quer desenvolver durante os próximos anos.

O partido propõe um conjunto de medidas direcionadas para o combate à pobreza e à área do ambiente.

Em relação ao cabeça de lista pelo distrito, o eurodeputado sublinhou “que é um candidato que pensa os problemas da economia, agricultura, floresta, ambiente e as questões sociais de uma forma integrada”.

Aproveitou ainda para recordar o trabalho de Heitor de Sousa, que “deixou-nos um legado ao nível de propostas concretas ao nível da mobilidade para que o país recupere do atraso que foi acumulando comparativamente a outros países da União Europeia”.

Além deste programa eleitoral, o Bloco “fará questão de discutir politica nesta campanha, porque sabemos que as nossas propostas são o que transporta a herança do que melhor houve durante estes anos e aquilo que nos pode levar para uma nova etapa de recuperação de direitos sociais em Portugal”. Mas isso, “só será possível se continuarmos a ter uma maioria plural na Assembleia da República, capaz de impor a recuperação de direitos e ainda uma resposta à emergência climática e social”.

Igualmente criticou o programa eleitoral do PS, “que assenta em grande medida em propostas que não constavam anteriormente do seu programa mas sim no programa do Bloco”. Mas isso, segundo o responsável, é “bom que assim seja e que a política em Portugal tenha mudado de tal forma, que para pedir uma maioria absoluta, o PS tenha que se valer do capital e do mérito das propostas impostas pelo Bloco”.

Para o responsável, ”a direita está absolutamente despedaçada, quer do ponto de vista orgânico, quer do ponto de vista politico”. Ao contrário do BE, que “hoje é reconhecido por fazer o que diz”.

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