Humberto Marques explicou que, até há pouco tempo, apenas havia um local onde o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), responsável pelas análises biológicas dos bivalves, fazia a recolha de amostras para poder controlar os níveis de toxicidade. “Essas amostragens eram feitas no Braço da Barrosa, na Foz do Rio Real e numa zona próxima da ETAR, que são os locais mais sensíveis. O que nós propusemos foi que se criassem mais três pontos de amostragem na zona inferior da Lagoa”, relatou Humberto Marques.
Outro assunto também debatido nesta reunião “é um velho sonho dos mariscadores”, disse o presidente da Câmara, descrevendo que passa “pela criação de um espaço de aquacultura natural, com cerca de 50 hectares, que serviria de nursery (berçário) de bivalves”. “No fundo, o que se pretende é rebaixar uma parte específica da Lagoa de Óbidos, para que haja passagem de águas e aí possamos fazer, de forma natural e sem intervenção humana, uma espécie de maternidade de bivalves”. Esta é uma situação que já está a ser analisada pela Agência Portuguesa de Ambiente que, aquando das grandes dragagens previstas, fará o rebaixamento deste local.
Humberto Marques afirmou ainda que há que “avançar com a diferenciação dos bivalves da Lagoa de Óbidos”. O autarca defendeu que só “através da criação de uma IGP (Indicação Geográfica de Origem) se poderá dar mais valor aos nossos produtos da Lagoa de Óbidos”. “Temos o melhor marisco e as pessoas têm de saber disso e têm, acima de tudo, de saber de onde vem. Isso irá trazer-nos a valorização necessária para um produto de excelência”, manifestou.
No encontro participaram também a vereadora do ambiente na Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Maria João Domingos, e o presidente da junta de freguesia da Foz do Arelho, Fernando Sousa.
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