O motard trabalha para o Governo de Macau, território onde se encontra há 29 anos. Aproveitando as férias, no ano passado fez a ligação dali até à Mongólia. 3730 quilómetros em oito dias. Deixou lá a mota e regressou este ano para completar o resto do percurso desde Ulan Bator (Mongólia) até Portugal, passando, entre 20 de julho e 17 de agosto, por onze países, ao longo de 12600 quilómetros em 29 dias.
“Gosto de fazer viagens de longa duração, mas é a viagem de uma vida”, manifestou.
Pelo meio tem várias histórias. Ainda na Mongólia caiu duas vezes na lama da estrada de terra batida e ficou debilitado fisicamente e devido ao peso que levava danificou a suspensão traseira do veículo, na Sibéria apanhou temperaturas muito baixas e andou dezenas de quilómetros entre floresta onde não se viam casas ou pessoas, e na Rússia a gasolina de fraca qualidade avariou a mota. A passagem pela fronteira da Letónia foi complicada.
“Estive cinco horas à espera para entrar. Havia muita burocracia, muita inspeção de bagagens e de documentos”, relatou Carlos Ávila.
Na Alemanha foi recebido pelo embaixador português em Berlim, João Mira Gomes, e nos restantes países não encontrou dificuldades. Antes de entrar em Portugal, sabendo da crise energética, abasteceu o depósito.
“Abasteci em Espanha com medo de não conseguir arranjar gasolina. Havia uma fila longa de carros mas esperei. Já em Portugal abasteci a caminho de Peniche sem qualquer restrição”, contou.
Na terra de onde é natural foi recebido pela associação de motociclismo e pela Câmara de Peniche, com chegada simbólica ao Cabo Carvoeiro.
A mota vai ficar no país, enquanto Carlos Ávila regressa de avião para Macau para voltar ao trabalho, depois de ter cumprido o seu sonho nestas férias.
“Estou muito satisfeito. Quero agradecer a receção”, declarou.
Com uma média de 600 a 700 quilómetros por dia, havendo dias em que descansou, pernoitou em hotéis, tendo esta maratona representado um investimento de cerca de dez mil euros.
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