O ninho estava a meio da encosta da arriba costeira, dificultando a sua escavação. As primeiras cascas de ovo, caídas na base da encosta, foram descobertas em 2017 pelos voluntários Pedro Marrecas, Filipe Vieira e Micael Martinho, que informaram os paleontólogos. As escavações foram coordenadas cientificamente pelos paleontólogos Miguel Moreno Azanza e Octávio Mateus, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e do Museu da Lourinhã.
O acesso difícil à sua localização era apenas possível através de cordas, impossibilitando a sua extração total imediata. Esta tornou-se uma das mais complicadas para os paleontólogos: o ninho era bastante grande, resultando a sua extração num bloco de cerca de uma tonelada.
Os paleontólogos ainda não sabem se os ninhos eram comunitários, com várias fêmeas a pôr os ovos no mesmo local, como o elevado número de ovos parece sugerir. A existência de embriões, conhecidos em Paimogo e na Peralta, também ainda não estão confirmados neste novo ninho.
As escavações envolveram estudantes e voluntários de dez nacionalidades distintas que aproveitaram para aprender técnicas de paleontologia na Lourinhã.
Os ovos estão num enorme bloco de pedra que foi envolvido em gesso e serapilheira para segurar e manter a coesão e retirado com uma máquina com um guindaste de 17 metros que teve de descer para a Praia do Caniçal.
As arribas do concelho da Lourinhã são destino frequente de visitas de campo organizadas pelo Museu da Lourinhã, agora com mais uma história para contar. O bloco com os ovos vai ser preparado no laboratório do Dino Parque da Lourinhã e vai ser gradualmente exposto à medida que é escavado, num processo visível para os visitantes.
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