Claro que essa iniciativa não pode partir da população. A Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia são, obviamente, quem possui total condição de efetivar um projeto como esse, mas, para isso, é necessário que se predisponham a instalar um organismo que seja tutelado por um(a) arquiteto(a) paisagista. O que se vê, nas Caldas da Rainha, são os esforçados funcionários das Juntas a cortar árvores, sem o mínimo de conhecimento. O que fazem, claro, é sob ordens de alguém, que entende menos ainda do assunto. Naturalmente o resultado é sempre catastrófico.
Existem centenas de castas que se podem plantar no espaço público, que não danificam as calçadas e não estragam a rede elétrica, ou quaisquer instalações no subsolo. Esse arvoredo, inclusive, produz frutos, dá aprazíveis sombras e embeleza a paisagem, devido à alta quantidade de flores que fabrica.
Existem diversas mais-valias ao se criarem grandes corredores arboríficos, entre elas, sem dúvida, a de colaborarem com a drástica diminuição da poluição sonora e do ar; A de repovoarem toda a região com pássaros e, principalmente, abelhas; E a de aumentar a produção de oxigénio.
Iniciar um plano de arborização urbana é fundamental para se melhorar a qualidade de vida das pessoas. Porém, muito mais importante é saber cuidar do que se planta. Neste quesito, Caldas da Rainha está a léguas de saber o que está a fazer. Não planta, e não sabe tratar nem podar. Um desastre.
Os resultados estão à vista de todos, nas ruas, avenidas, praças e largos, bem como na Mata Rainha D. Leonor e no Parque D. Carlos I.
Mas, há soluções! Para isso será necessário implantar um projeto de urbanização centrado no conhecimento e na disposição de trabalhar. Criar uma nova perspetiva de cidade é o caminho a seguir.
Os itens para concretizar essa ideia são muitos. A possível arborização de Caldas da Rainha é um deles:
De entre as inúmeras espécies possíveis para plantio, temos algumas que, seriam perfeitas para este concelho: Alfeneiro; Amoreira-preta; Aroeira; Cambuci; Canafístula-de-besouro; Candelabro; Cerejeira-do-japão; Cinamomo; Escova-de-garrafa; Extremosa; Flamboyant Mirim; Ipê; Ipê-Mirim; Jabuticabeira; Jacarandá Mimoso; Jasmim-manga; Magnólia; Manacá da Serra; Murta-de-cheiro; Noivinha; Oiti; Pata-de-vaca; Pau-fava; Pitangueira e Quaresmeira.
Rodrigo Berquó manifestou e concretizou o seu interesse em diversificar as famílias arboríficas de Caldas da Rainha (apesar do que vem ocorrendo de muito nefasto no Parque D. Carlos I, ali ainda resistem alguns exemplos mandados plantar por esse visionário), e a sua escolha assentou num plano cuidadoso e pensado.
O que os nossos descendentes esperam de nós? Deixar-lhes um concelho onde a vida pulule por entre folhagens, será oferecer-lhes a certeza de que pensamos neles hoje. A grande herança para o futuro não será a ganância do amealhar de posições políticas e sociais, e, muito menos, o de amealhar bens materiais. Tudo isso desaparecerá se o concelho, o país e o planeta desaparecerem.
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