Nada disso, a vida só me tem ensinado a ver a sua dança própria, as suas mudanças repentinas, as suas curvas inesperadas no horizonte já traçado, e por mais cuidadosos e perfecionistas que sejamos, por mais conhecedores dos caminhos, sabedores do nosso íntimo e das nossas prioridades, a vida acontece mesmo é no passo seguinte, é no presente, é no seu tempo e ritmo. A força da natureza não para para olhar as páginas cheias das nossas agendas e as datas importantes dos nossos calendários. Às vezes chove fortemente durante dez minutos depois de termos estendido as roupas. De repente aparece um sol intenso e fica um céu aberto, que nem percebemos como tal aconteceu, tal foi a rapidez da mudança…assim é a vida. O que está bem neste momento daqui a um minuto tudo muda….
Quantas vezes pensamos que se fechou definitivamente uma porta e os ventos do destino escancaram as nossas janelas, bem no auge da nossa desproteção.
Pode depender ou não de nós, aceitar e celebrar as surpresas ou virar as costas para os que nos puxam o tapete que pisamos. Acontece felizmente algumas vezes, sem estarmos à espera, encontrar o que procurávamos há anos: um emprego certo, um projeto que tanto gostávamos, uma tal oportunidade para…, aquela casa que tanto sonhávamos em ter um dia, ou até o nosso ideal de pessoa, porque não?
Mas, se por um acaso acontece, apesar de não acreditar que nada é por acaso, tem vezes que conseguimos concretizar o que tanto ambicionamos durante tantos anos, mas, quando temos na mão aquilo que tanto sonhamos, já somos outra pessoa, uma pessoa diferente, talvez já não faça sentido ter o que andou a bailar no nosso subconsciente durante anos, porque a vida assim o dita…pena é que não nos apercebamos disso no momento certo…divagações!
A vida é volátil, faz-nos balançar, temos de estar atentos e controlar o equilíbrio, é uma (re) leitura de luta entre a razão e a emoção, é a chamada pura arte sobre rodas… temos de estar atentos a tudo, mesmo no caminho que pensamos que é conhecido pode surgir sempre uma curva (im)premeditada que não esperávamos mas acontecendo, quero continuar a acreditar e confiar sempre mais, quero continuar a deixar que os ventos me levem, a aceitar as aventuras de cada dia e que o sol seja o brilho da minha alma do meu ser! Faço sempre questão em tentar ver o bright side, o lado luminoso da vida, em tudo o que se me apresenta, e em todo inesperado que aparece e nasce.
Quero deixar prosperar os pés das amoras selvagens que nasceram dos meus caprichos, num canteiro de rosas cor de chá. Porque nem sempre o melhor a fazer é arrancar o que nasceu com força e exuberância em prole do plano mais correto, bonito e previamente estabelecido, foi provado, no momento atual, mas nunca podemos esquecer que devemos estar sempre um passo à frente dos adversários, para surpreendê-los na hora certa e momento certo…
Há movimentos que nos tentam levar a alma não a preservam, o mundo que nos rodeia quer nos decair; mas quem dança, jamais cai nas armadilhas feitas. Eleva-se sempre e passa por cima das coisas que amachucam, e entristecem mas, sempre com um sorriso no rosto e altivez. O tal desequilíbrio é apenas e também um passo de dança…e o erro uma correção, ele leva a almejada perfeição; mas como a perfeição não existe só temos de ousar movimentos inéditos pois a plateia no momento está ao rubro, podemos tropeçar, mas, é só levantar com graça e subtileza, e passarmos a ditar o ritmo, se não quisermos ir no embalo, porque a música não pára, e as luzes estão sobre nós só temos um caminho é parar de dançar e esperar por uma nova música.
Pois acho que, chegou o momento de parar de dançar, esperar uma nova música não sei se me apetece, é tarde e a noite já vai longaaaa…
Gratidão.
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