Não posso deixar de expressar o meu entusiasmo e satisfação pessoal ao saber que tinha sido um dos dez jovens portugueses escolhidos para marcar presença em Sibiu.
Aos meus ombros levei a enorme responsabilidade de representar Portugal, de contribuir com as minhas ideias e com a minha visão para um diálogo que se cria enriquecedor, aberto e multicultural.
Parti de Alcobaça, concelho do qual sou natural, na madrugada do dia 7 de maio. Esperavam-me duas escalas, em Madrid e Bucareste, três aviões e quatro aeroportos. Importa ainda dizer que este percurso foi feito integralmente sozinho, o que para mim, um jovem que completou 18 anos há um mês, foi uma prova de superação pessoal.
O dia 8 começou cedo. Tomei o pequeno-almoço com um luxemburguês estudante de Relações Internacionais ao abrigo do programa Eramus+ em Paris.
De seguida dirigimo-nos para Sibiu, mais uma hora de caminho sempre sobre escolta da polícia romena. O dia expôs aquilo que a noite escondera: um país pobre onde ainda está muito por fazer! É claro o papel da União Europeia, que através do Fundo de Coesão, essencialmente, financia muitas infraestruturas e equipamentos que ainda estão a ser erguidos, um pouco por todo o lado.
Após a nossa chegada houve uma sessão de boas vindas onde marcaram presença a Diretora-Geral de Comunicação, Sixtine Bouygues, a Comissária do Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral, Marianne Thyssen, e o Comissário da Educação, Cultura, Juventude e Desporto, Tibor Navracsics.
Durante o dia reunimo-nos em vários workshops para discutir, de forma mais próxima, vários temas previamente selecionados como o futuro da democracia, as alterações climáticas, a Europa Digital o futuro do trabalho. As conclusões a que cada grupo chegou foram votadas, em plenário, e posteriormente apresentadas aos Comissários.
Já lá mais para o final do dia chegou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o presidente da Roménia, Klaus Iohannis. Foi o momento alto do dia. Éramos uma plateia enorme, cheia de braços no ar para fazer perguntas e eles começaram a responder a várias questões da atualidade como a situação política na Roménia, as alterações climáticas ou o Brexit. Foi extraordinária a oportunidade de conhecer Juncker. Ele é um homem extremamente ágil, convicto e inteligente. Independentemente do seu quadrante político penso que a Europa se devia orgulhar de o ter como presidente da Comissão. É daquelas pessoas que vale a pena conhecer!
Para terminar, gostava de tecer algumas considerações:
Em primeiro lugar, não é verdade que os outros países europeus tenham melhores soluções para os desafios que se colocam ao mundo contemporâneo do que nós, portugueses;
Em segundo lugar, foi das melhores experiências da minha vida! Poder contactar com jovens oriundos de tantos países e perceber que há tanta gente tão bem informada e capaz de contribuir ativamente para guiar os destinos dos seus países, deixou-me de coração cheio.
Senti-me verdadeiramente um cidadão europeu. Ficou reforçado o meu interesse pela Europa. Tenho acompanhado de perto todas as negociações que por estes dias ocorrem para escolher os futuros líderes das principais instituições europeias e tenciono participar em projetos como o Corpo Europeu de Solidariedade ou no importante trabalho desenvolvido pelos Centros de Informação Europe Direct.
Quem sabe um dia se não serei candidato a deputado ao Parlamento Europeu!
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