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Substituição de 68.500 luminárias na região Oeste permite poupança de 3,5 milhões de euros por ano

Marlene Sousa

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Os 12 municípios da região Oeste vão investir 12 milhões de euros para substituir, até ao final do ano, 68.500 luminárias por outras mais eficientes, gerando uma poupança anual de 3,5 milhões de euros na fatura energética. Trata-se de um projeto de iluminação pública LED que coloca o Oeste entre os dez projetos mundiais com maior dimensão.
A substituição das luminárias por outras mais eficientes nas Caldas terá início em julho

A iniciativa surge no âmbito do Projeto OesteLED ESSE desenvolvido pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim) e a Oeste Sustentável – Agência Regional de Energia e Ambiente da Região Oeste, que vai substituir os sistemas de iluminação pública da região por lâmpadas LED.

A substituição das 68.500 luminárias, cerca de metade da totalidade da iluminação pública dos 12 concelhos pretende, segundo o presidente da OesteCim, Pedro Folgado, assegurar a transição da rede de iluminação para um formato “com baixas emissões de carbono”, sendo que a substituição das lâmpadas está a decorrer em diferentes fases”.

Em conferência de imprensa que decorreu na passada quinta-feira na sede da OesteCim, Pedro Folgado disse que o projeto “sustentável e amigo do ambiente resultará numa poupança anual de cerca de 3,5 milhões de euros”, ou seja, de um total da fatura de sete milhões de euros que os municípios gastam anualmente em eletricidade.

Pedro Folgado, que também é presidente da câmara de Alenquer, referiu que o projeto iniciou a 13 de maio e já substituíram cerca de 6000 luminárias nos municípios de “Bombarral, Lourinhã e Sobral de Monte Agraço.

Até ao final do ano ocorrerão intervenções similares em todos os municípios da região. A perspetiva é em julho avançar para os municípios de Alenquer, Cadaval e Caldas da Rainha. Em agosto entrar em Alcobaça e depois, em meados de agosto e setembro, em Arruda dos Vinhos, Torres Vedras e em outubro em Alcobaça, Nazaré, Óbidos e Torres Vedras.

A substituição da iluminação pública em cada município será feita em duas fases e em novembro esperam finalizar o projeto com “o que falta em cada um dos concelhos”.

Cada município fez um estudo e apontou “as zonas onde pretendem que a iluminação pública seja substituída por luminárias mais eficientes”.

Os autarcas admitem vir a candidatar-se a um segundo projeto, no âmbito do programa de apoios Portugal 2030, para completar a alteração de toda a iluminação pública para sistemas mais eficientes. “É um projeto importante para cada município não só em termos financeiros, mas de eficiência energética”, salientou este responsável, adiantando que também estão a trabalhar “na substituição dos carros a diesel por carros elétricos”.

A substituição das luminárias está a ser feita em parceria com uma empresa de serviços energéticos (ESE), através do consórcio Claroeste, ao qual os municípios irão pagar, durante 12 anos de contrato, 40% da poupança alcançada.

Constituída por 365 mil habitantes, a Região Oeste possui atualmente uma fatura energética de cerca de 6,5 milhões de euros por ano e 17,1 toneladas de emissões de gases de efeito de estufa. Com a substituição dos cerca de 68.500 pontos de luz, representa uma “redução de 26,4 GWh (de 36 para 10kwh/ano), o equivalente a aproximadamente 7500 habitações e a uma redução de 12,4 toneladas de CO2”. A poupança estimada na fatura energética da Região Oeste representa uma redução de 72,42%.

Maior investimento do país

“Este projeto constitui, a nível de valor agregado, o 10º maior projeto de iluminação pública LED do mundo”, afirmou André Rijo, presidente da câmara de Arruda dos Vinhos e responsável pela Agência de Ambiente do Oeste – OesteSustentável.

O projeto do Oeste reflete o maior investimento do país em iluminação pública eficiente, sendo ultrapassado, em termos mundiais, pela Índia (com 450.000 luminárias substituídas em Hyderabad e 75.000 em Delhi), pelos Estados Unidos da América (com 140.000 luminárias em Los Angeles, 55.000 no Texas, e 42.000 em Las Vegas), pela Argentina (91.000 luminárias em Buenos Aires), pela Indonésia (90.000 mil luminária em Jacarta) e por Espanha (com 84.000 novas luminária em Madrid).

André Rijo acrescentou ainda que o projeto “não se esgota na substituição de luminárias”, pretendendo-se, por um lado, avançar com o projeto na sua versão 4.0, ou seja numa perspetiva “Smart Region” e, também, muito importante, que o resíduo produzido com esta substituição “seja aplicado a um projeto de educação ambiental, muito focalizado na problemática das alterações climáticas. Deste modo, através do OesteLED ESE “até ao final do ano teremos uma região mais sustentada” e que “cumpre com os desígnios do pacto dos autarcas que foi subscrito por todos os municípios”.

A iniciativa surge da necessidade de melhoria da eficiência energética na iluminação pública, em linha com o Plano Nacional Energia e Clima, que visa promover a descarbonização da economia e a transição energética, atingindo a meta de neutralidade carbónica em 2050.

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