No caso da Nazaré, a 6 de fevereiro deste ano, o piloto brasileiro profissional de resgates com mota de água Ramon Laureano, na altura com 46 anos, enfrentou as ondas gigantes da Nazaré e evitou que o seu amigo Salvador Villas-Boas, de 51 anos, não só fosse engolido pela ondulação como também projetado contra as rochas, impedindo dessa forma uma morte horrenda.
O sangue-frio, a capacidade de decisão e a rapidez de ação perante a adversidade, sem hesitação face ao perigo, foram recompensados por um salvamento que ninguém julgava ser possível, por estar em risco a própria vida do salvador.
“Foi um resgate de vida ou morte, porque eu ia parar às rochas”, admitiu o surfista Salvador Villas-Boas, que ousou desafiar as ondas grandes da Praia do Norte mas que caiu e foi enrolado pela ondulação, quando decorria um dia normal de treino.
Ramon Laureano conseguiu tirá-lo da zona de impacto, e apesar de outra onda que os perseguia ter feito virar a mota de água, chegaram ao areal em segurança, num ato heróico que foi gravado pelo videógrafo Pedro Miranda, cujas imagens se tornaram virais na internet.
“Foi um ato decidido, tinha mesmo de tirá-lo daí o mais rápido possível porque podia não haver uma segunda hipótese. Na hora não pensei no meu risco, mas sim no perigo em que ele estava”, comentou Ramon Laureano, responsável pelo Jet Resgate Portugal, projeto dedicado à formação, treino e desenvolvimento de surfistas de ondas grandes e profissionais operadores de resgate com mota de água.
O piloto rejeita ter protagonizado “um ato heróico”, mas a verdade é que foi imprescindível para inverter uma situação que se poderia tornar fatal. Salvador Villas-Boas já voltou a surfar ondas gigantes e Ramon Laureano continua a dar formação para salvar vidas.
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