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Ministro da defesa quer melhorar questões salariais

Mais de 12500 militares formados nas Caldas na Escola de Sargentos do Exército

Francisco Gomes

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Há 38 anos como estabelecimento de ensino militar, a Escola de Sargentos do Exército (ESE), nas Caldas da Rainha, já formou mais de 12500 sargentos. Na cerimónia de aniversário, no passado dia 5, prestaram juramento de bandeira 25 militares, entre os quais duas mulheres, concluindo a fase inicial do primeiro curso de formação de sargentos em regime de voluntariado e contrato deste ano (1º CFS RV/RC19). O evento foi presidido pelo ministro da defesa, João Gomes Cravinho.
Ministro da defesa recebido à entrada da ESE

O ministro da defesa quer o Exército capte o interesse de futuros candidatos em ingressarem na carreira militar. João Cravinho pretende manter viva a atração pelo Exército e afirmou que a questão salarial é importante, pelo que anunciou nas Caldas da Rainha que o governo está a preparar compensações monetárias mais atrativas.

A ESE, criada em 1981, após a extinção do Regimento de Infantaria 5, já formou 12551 militares. O “boom” foi na década de 90, com 14639 candidatos, altura em que também houve mais ingressos por ano – 151. Foi na década de 2000 que houve mais candidatas femininas – 1512. A década de 2010 é a que teve menos candidatos (6829) e menos ingressos por ano – 82 (5 femininos).

As razões que levam a estes números são de “natureza diversa”, explicou o ministro, apontando, por exemplo, que “quando a economia está a funcionar bem, significa que há muitas oportunidades alternativas de emprego e é preciso concorrer com essas possibilidades e que as Forças Armadas sejam atrativas o suficiente”.

À margem da cerimónia militar, o ministro revelou ao JORNAL DAS CALDAS que o governo está a trabalhar em vários fatores com o objetivo de aumentar a atratividade das Forças Armadas, e em concreto do Exército.

“O número de efetivos nas Forças Armadas é um desafio grande que temos pela frente, comum a muitos países europeus, e é um desafio de médio e longo prazo, não é algo que se possa resolver de um momento para o outro com um decreto”, sustentou.

“Venham por 6 ou 18 anos, a questão salarial é importante. Nós queremos militares que venham por vocação, mas obviamente também têm que ter condições razoáveis de compensação monetária. Aumentámos o salário para os militares do mais baixo escalão, que era de 580 até ao ano passado e passou para 630 euros“, relatou João Cravinho.

O membro do governo afirmou ter a convicção de que “apesar da natureza distinta do vínculo” que liga os militares ao Exército, “isso em nada faz diminuir a dedicação à instituição e ao país”.

A par de condições salariais até concorrenciais com as ofertas civis de trabalho, o Exército pretende melhorar as condições de alojamento nas casernas e está a trabalhar na implementação do plano de igualdade para atrair mais mulheres

Procura igualmente dar melhores habilitações, para que concluída a vida militar haja maior facilidade de reintegração no mercado laboral. O ministro disse estar a trabalhar para “criar melhores condições para o recrutamento, retenção e reinserção na vida civil”, para os militares que, no final da carreira, deixam o Exército. Na ESE, a certificação atingiu o nível 5, equivalente a curso técnico superior profissional, permitindo regressar à vida civil com qualificações úteis, o que será um incentivo para a entrada de militares.

A formação na ESE tem vindo a evoluir ao longo dos tempos: de 1981 e 1995 os militares tinham dois anos de formação e mantinham o 9º ano de escolaridade. De 1995 a 2002 passaram a ser três anos de formação, com saída equivalente a nível 3. De 2002 até ao ano letivo passado, entravam com o 12º e mantinham o nível 3 ao longo de dois anos de formação. O modelo agora terá quatro semestres (o primeiro na ESE). Os alunos entram com o 12º ano e saem com nível 5.

Este curso está organizado no primeiro semestre com disciplinas de formação geral e científica, que vão desde a ética e a liderança à história militar, a métodos de apoio à decisão, dando abrangência necessária para que o militar tenha habilitações mais elevadas. No segundo e terceiro semestres, a par do treino físico, táticas e exercícios militares, aposta-se na formação técnica. O quarto semestre, em contexto de trabalho, contempla uma formação prática, destacando-se o comando de homens.

O ministro afirmou que “acreditamos que trabalhando a vários níveis vamos nos próximos anos verificar a inversão da tendência” do decréscimo de interessados.

38º aniversário

A ESE tem como missão ministrar a formação inicial a todos os cursos de formação de sargentos dos quadros permanentes e mais recentemente, desde o fim das escolas práticas, a todos os cursos em regime voluntário e de contrato. Promove também cursos de promoção da carreira de sargento-ajudante e sargento-chefe.

Estão atualmente em formação 66 alunos (2 femininos) no 46º Curso de Formação de Sargentos (CFS), 64 (5 femininos) no 47º CFS e há 402 candidatos (43 femininos) no 48º CFS, em fase de concurso. Decorre também o 47º Curso de Promoção a Sargento-Ajudante, com 80 alunos (4 femininos), e o 35º Curso de Promoção a Sargento-Chefe, com 85 alunos (6 femininos).

Os militares do 1º CFS RV/RC19 que agora efetuaram juramento de bandeira eram todos civis e cumpriram as primeiras cinco semanas no Exército, depois da incorporação a 29 de abril, o que constituiu uma experiência que lhes deu outra maturidade.

O comandante da ESE, coronel Gonçalo Azevedo, no seu discurso, salientou o “profissionalismo”, a “competência” e o “empenhamento” de todos quantos serviram e servem o Exército e Portugal, na “casa mãe” dos sargentos, criada com a missão de conceber e ministrar a preparação militar, sociocultural, científica e técnica dos seus militares. Endereçou ainda, algumas palavras aos soldados instruendos do 1º CFS RV/RC19 que, perante os seus familiares e amigos, juraram estarem sempre prontos a lutar pela liberdade e independência da pátria, mesmo com o sacrifício da própria vida.

João Cravinho, na sua alocação, reconheceu ser “com profunda emoção que regresso à ESE”, unidade onde cumpriu o serviço militar obrigatório e onde lecionou aulas de inglês, no final da década de 80, no 17º CFS. Reconheceu o papel dos sargentos, “como elementos impulsionadores de um país mais coeso e mais preparado para os novos desafios que enfrenta”, identificando que a formação deve proporcionar “as ferramentas éticas, estratégicas, físicas e psicológicas” para estes militares enfrentarem novos desafios.

Dirigindo-se aos militares do 1º CFS RV/RC19, o ministro enalteceu o “compromisso inabalável com a República e com as instituições e os princípios que ela representa” assumido perante o estandarte nacional.

A ESE cumpre o “desígnio essencial de valorizar a juventude dos que aqui chegam e aliá-la à sabedoria da experiência que aqui ganham”, e nas palavras de João Cravinho, seja no cumprimento das missões internacionais que Portugal assume, seja na vida diária das unidades, “os sargentos continuam a ser elementos impulsionadores de um país mais coeso e mais preparado para os novos desafios que enfrenta”.

Para além do juramento de bandeira do 1º CFS RV/RC19, teve lugar a imposição das medalhas comemorativas das campanhas aos antigos combatentes da Guerra do Ultramar.

Após o desfile das forças militares na parada, as entidades convidadas efetuaram uma visita às casernas e ao Centro de Línguas do Exército, instalado na ESE desde 2014 com a missão de efetuar a aferição das capacidades linguísticas dos militares, relevantes em contexto internacional.

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