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Pescadores regressam a terra após 19 horas desaparecidos

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Foi recebida com palmas e balões a tripulação de nove pescadores e um biólogo que esteve 19 horas incontatável a mais de trezentas milhas náuticas de Peniche, depois de uma onda ter galgado a embarcação em que seguiam e danificado o sistema elétrico.
O barco a chegar aos Estaleiros Navais de Peniche

Quando familiares e amigos já admitiam um cenário trágico, foram localizados a caminho de Peniche, onde chegaram ao final da tarde do passado dia 19.

Alegria não faltou à chegada aos Estaleiros Navais de Peniche. A embarcação Parma, dedicada à pesca de espadarte, foi localizada por uma aeronave da Força Aérea após 19 horas sem se saber onde estava e o que tinha acontecido. Encontrava-se a 175 milhas náuticas a oeste de Peniche, depois de ter ficado sem comunicações, devido a uma onda que entrou no barco, na madrugada do dia 18.

Foi a transmissão do sinal de emergência que fez soar o alerta recebido no Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada e desencadear meios de socorro constituídos por dois navios da Marinha, duas aeronaves da Força Aérea e sete navios mercantes e embarcações de pesca que estavam nas proximidades da última localização conhecida, a 310 milhas náuticas a oeste de Peniche.

“Quando vejo aquele mar partir na proa do navio, era o inferno, rebentou com tudo, pensei o pior, se viesse outra onda a seguir…”, confessou António Rosário, um dos pescadores.

Os pescadores mantiveram-se calmos mas em sobressalto porque não conseguiam avisar as famílias que estavam bem. “Era mais essa a nossa preocupação porque as famílias não sabiam de nada, só que não tínhamos maneira de comunicar”, comentou o mestre, Paulo Cavaleiro.

“Vivemos momentos de angústia e desespero, mas sempre com esperança”, relatou Conceição Nascimento, familiar de um dos pescadores, tal como Carina Freitas, que reconheceu que “foi muito doloroso e terrível, já prevíamos o pior mas foi milagre”.

Quando a embarcação foi localizada, ao final da tarde do dia 18, foi estabelecido contato com a aeronave da Força Aérea através de um rádio portátil de curto alcance do barco, o que finalmente permitiu tranquilizar as famílias, que viveram momentos difíceis. Apenas um dos pescadores sofreu ferimentos nas pernas, mãos e cara, tendo recebido tratamento hospitalar.

A tripulação era composta pelo mestre Paulo Cavaleiro, de 48 anos, pelos pescadores David Nascimento (46), Rogério Vagos (48), João Geraldes (48), Américo Nunes (51), Carlos Ramos (53), António Rosário (54), Jaime Amaro (57) e António Batista (67), e pelo biólogo Luís Martins (37), a bordo ao abrigo de um protocolo com a Universidade dos Açores para investigação das espécies.

Apesar de temerem que tivesse ocorrido um naufrágio e o afundamento do “Parma”, familiares, amigos e a comunidade piscatória de Peniche mantiveram a fé no aparecimento da tripulação, enquanto aguardavam “ansiosamente e na expetativa” a chegada de alguma comunicação.

Os pescadores fazem parte de uma comunidade com forte devoção religiosa e em Peniche não é por acaso que todos os anos se honra Nossa Senhora da Boa Viagem. No momento de incerteza do que teria acontecido à embarcação, e perante um cenário de tragédia, “foi a fé que deu força e esperança” num desfecho feliz, afirmou o pároco de Peniche, Diogo Correia.

Palangreiro com tripulação fixa

Registado na cidade da Horta, Açores, o barco opera a partir de Peniche, de onde são os nove pescadores, uma tripulação fixa a contar com o mestre.

Construído em 1994, já teve várias cores (verde, azul e grená), sendo equipamento com palangres (aparelhos de pesca de linha, onde são colocados os anzóis).

Com um peso bruto de 136 toneladas, tem 28 metros de comprimento e seis metros de largura.

Em 2016, um tubarão que veio nas redes mordeu um pescador deste palangreiro, no convés do barco, provocando-lhe ferimentos, tendo sido resgatado por um helicóptero da Força Aérea e transportado ao hospital.

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