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“Moinho Saloio” é o lema que acompanha Manuel Costa há cerca de 30 anos

Marlene Sousa

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O prestígio do restaurante “Moinho Saloio” no Alto das Gaeiras em Óbidos tem crescido ao longo dos anos. Para cada caso de sucesso há um rosto no comando. Natural de Alvorninha, Caldas da Rainha, Manuel Costa, 57 anos, é cozinheiro há 40 anos, uma profissão que lhe surgiu por acaso quando estava desempregado, mas que se tornou num modo de vida. “Moinho Saloio” é o lema que o acompanha, há cerca de 30 anos, diariamente nas refeições típicas portuguesas e na confeção de peixe e marisco. O êxito “deve-se muito à qualidade dos produtos, dedicação e consistência”, explica Manuel da Costa, proprietário e fundador do Moinho Saloio.
Os chefes cozinheiros, Manuel e Tiago Costa

É na cozinha que se sente bem. E foi no seu restaurante “Moinho Saloio” na Estrada Nacional 115, no Alto das Gaeiras em Óbidos, que o JORNAL DAS CALDAS falou com Manuel Costa. Pouco passava das 16h00 e o cozinheiro não ia a casa e preparava-se para as refeições do jantar.

Manuel Costa trabalha seis dias por semana e levanta-se cedo para ir às compras e nunca sai do restaurante antes da meia noite.“É uma vida cansativa e de muita dedicação ao trabalho”, reconhece, acrescentando que a pessoa tem que ter muita disponibilidade e gostar do que faz.“Os meus clientes fazem parte da minha, são a minha maior motivação e não é só pelo facto monetário”, salientou, o cozinheiro.

Não foi em criança que aprendeu e gostou de cozinhar. Na altura dedicava-se à agricultura. Foi em 1974, depois do 25 de Abril, na altura com 12 anos, que deixou a escola e começou a trabalhar numa taberna nas Caldas da Rainha a servir vinho e petiscos aos clientes mais velhos que jogavam às cartas. Nessa altura, ganhava 200 escudos por mês. Com 15 anos ambicionava ganhar mais e como o proprietário da tasca recusou aumentá-lo, voltou para a agricultura onde permaneceu durante uns meses. Depois em1976, surgiu a oportunidade de trabalhar na pensão Cristina, na Travessa da Cova da Onça, onde iniciou a servir na taberna.

Desse tempo, recorda a azáfama que tinha a pensão que que se intensificava pelos clientes que vinham às Caldas fazer termas. “A Pensão Cristina oferecia aos clientes pensão completa (pequeno almoço, almoço e jantar) e muitas pessoas que vinham à cidade, às termas, ficavam lá, e um dia o chefe de cozinha convidou-me para o auxiliar na cozinha”, contou, Manuel Costa, acrescentando que foi aí que começou a aprender e a gostar de cozinhar.

“Depois de um ano, o chefe de cozinha da pensão despediu-se e a proprietária da pensão ficou a cozinhar com a minha ajuda, e foi nessa altura que ela verificou que eu tinha jeito e pediu-me para ficar à frente da cozinha”, adiantou, o cozinheiro.

Manuel Costa, ficou à frente da cozinha da Pensão Cristina durante 3 anos e era bastante elogiado pelos clientes que gostavam dos pratos que confecionava. Foi “ali que tive a minha formação”, sublinhou, recordando que fazia dobrada e pasteis de bacalhau todos os dias. “A maioria dos pratos eram feitos no forno a lenha e os grelhados eram na chapa em cima do forno a lenha, daí a comida ser ainda mais saborosa”, recordou.

Começou a ter fama de bom cozinheiro e foi convidado para trabalhar noutro restaurante nas caldas da Rainha que na altura se chamava “Avenida”. “Ofereceu-me o dobro do salário que eu ganhava e não hesitei”, disse, adiantando que foi naquele estabelecimento que ganhou uma paixão especial por “preparar marisco”.

O percurso de Manuel Costa estava traçado porque foi enquanto dominava a cozinha do restaurante “Avenida” que começou a sonhar em ter o seu próprio estabelecimento.

Em 1984 abriu o “Moinho Saloio” em Óbidos, a sua primeira aventura por conta própria que durou 22 anos. “Achei que era o designação mais apropriado porque era o nome da localidade e era mais fácil as pessoas localizarem o restaurante”, explicou.

Como pagava renda, teve outra ambição de ter o seu próprio espaço. Deuo grande passo e comprou um terreno na mesma zona no Alto das Gaeiras onde construiu o seu restaurante e onde criou uma horta biológica. “Como o projeto e obras atrasaram, abri o Moinho Saloio nas Caldas e depois de seis anos consegui em 2013 mudar-me para o restaurante novo, do qual é atualmente proprietário”.

“Gosto muito de cozinhar, sobretudo coisas mais elaboradas”, contou o cozinheiro, que tem no polvo, marisco e grelhados os seus pratos preferidos, onde utiliza no seu restaurante os produtos da sua horta, como batata doce, feijão-verde, couves, alfaces, tomates, favas, abóbora, curgetes, entre outros.

Manuel Costa é apaixonado pela gastronomia portuguesa, e pelas suas raízes, porque considera que a cozinha portuguesa é “rica de sabor”. Nas suas criações inspira-se “nas receitas tradicionais”.

A qualidade das refeições que elabora leva a que o restaurante esteja muitas vezes esgotado. O Moinho Saloio é local de passagem de muitas pessoas de Óbidos, Caldas e de outros municípios. Há pessoas que vêm de longe para provar o polvo.

Destaque para a garrafeira com uma coleção de vinhos.

Manuel Costa que tem seis irmãos, era ainda menino e estava longe de imaginar que um dia fosse cozinheiro profissional. No entanto, sublinhou que para se chegar a este patamar, existe “um percurso” que “se gosta, ou não se aguenta”.

A vocação de Tiago Costa corre-lhe nas veias

Na cozinha do “Moinho Saloio”, Manuel Costa veste o fato de cozinheiro e trabalha diariamente com os seus seis colaboradores e com o seu filho o chefe, Tiago Costa que um dia ficará à frente deste projeto, um jovem entusiasta com formação na área e que encontrou na restauração uma verdadeira paixão.

O jovem chefe de cozinha, antigo aluno Escola de Hotelariae Turismo doOeste (EHTO), e que já trabalhou no restaurante do Bom Sucesso Resort, em Óbidos, divide o seu tempo entre o Moinho Saloio e o seu emprego como formador de cozinha na EHTO.

A vocação de Tiago Costa corre-lhe nas veias. Desde jovem que colabora no restaurante do pai, por isso, nasceu o gosto pela cozinha. “Era lá que gostava de estar e ajudar”, apontou.

?Considera que houve uma evolução muito grande na cozinha, e que é necessário “adaptar a ementa à realidade de hoje”. “Hoje um chef de cozinha tem muito trabalho, mas também tem que ser um viajante, sair para se inspirar em algo, não pode estar só fechado na cozinha”, disse.

O jovem chefe confessa, que para vencer nesta área é “preciso tempo, dedicação e consistência”. “É necessário passar por muito sítio para aprender, ter ideias diferentes, para depois poder inovar”, relatou.

Além das regras da cozinha, Tiago Costa considera que um bom chef tem que ser “um bom comunicador”. “É preciso ser um bom líder da sua equipa e trabalhar muito a relação humana”, esclareceu.

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