Falando no Parque D. Carlos I, Ângelo Alves, da Comissão Política do Comité Central do PCP, deu o mote: “Retirar parte deste espaço sem haver conhecimento completo do que é o projeto e sem haver debate público sobre o futuro da utilização deste espaço público, é estarmos a falar de uma questão de legitimidade”.
“Estamos numa situação de utilização de fundos europeus para fins exatamente contrários àqueles para os quais deveriam ser utilizados”, manifestou.
Apesar de reclamar “uma intervenção imediata” para travar a “degradação” dos Pavilhões do Parque, alvo de “desinvestimento público e abandono”, Pimenta Lopes sustentou que o caminho “não passa por transferir para a esfera privada e para interesses que são questionáveis do ponto de vista do interesse público aquilo que é património do estado”.
“É todo um património cultural, histórico, patrimonial e arquitetónico que está em risco de ser perdido de uma forma questionável da esfera pública. Aquilo que nós colocamos é que naturalmente se deve proceder à suspensão do projeto que está em curso e à reabertura da discussão pública para compreender qual é o projeto que melhor serve o interesse local, onde não se percam os elementos da convivência da própria cidade e da própria população com este património que também é seu”, referiu.
“Há várias soluções que podem ser equacionadas, já houve propostas, até de criação de um espaço museológico para a vertente cerâmica. A visão hoteleira não é única”, defendeu o candidato e atual eurodeputado, que assumiu “o compromisso de questionar a Comissão Europeia, procurando perceber se os fundos da União Europeia que estão alocados ao programa Revive, que deveria fazer uso destes fundos para requalificação e preservação de património cultural e arquitetónico público, estão a ser usados para outros fins que não aqueles que estão definidos”.
José Carlos Faria, da CDU concelhia, apontou que o processo “é demasiado oculto, no sentido de ser pouco conhecido, tudo isto aparece decidido e um pouco na sombra, porque o projeto inicial pelos vistos já foi alterado, e o projeto inicial tinha aspetos demasiadamente gravosos e gritantes, mas tudo isto ficámos a saber a posteriori, e nunca houve uma discussão pública”.
“Há uma apropriação de um espaço público para fins exclusivamente privados, para além de que há uma descaraterização evidente no projeto arquitetónico relativamente aos pavilhões e há uma adulteração profunda do próprio edifício”, argumentou.
Antes da ida ao Parque, Pimenta Lopes e comitiva estiveram no Mercado de Santana, em Alvorninha, para contatos com a população, vendedores e produtores.
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