Reunidas no passado dia 19 num encontro inédito em Peniche, 27 organizações portuguesas e espanholas da pesca da sardinha, que representam mais de 530 embarcações e cerca de seis mil pescadores, definiram o mínimo de 15.425 toneladas para os dois países, podendo ser aumentadas ao longo de 2019, tendo em conta que “os relatórios dos últimos cruzeiros científicos demonstram uma melhoria significativa do recurso”, manifestou Humberto Jorge, presidente da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca de Cerco, indicando ter havido um aumento da biomassa de sardinha com mais de um ano entre 2017 e 2018 superior a 70%.
“Pretendemos que as possibilidades de pesca reflitam essa melhoria”, argumentou o dirigente, que procura que seja “reposta a enorme perda de rendimentos que tivemos nos meses em que estivemos parados”.
Desde o final de setembro de 2018 que os pescadores de Portugal e Espanha continuam sem poder pescar sardinha, situação que deixou muitos barcos parados por não ser rentável apanhar outras espécies, o que se vai prolongar até meados de maio.
A Confraria de Pescadores de Punta Umbría (Huelva) lamentou, em comunicado, que os ministérios da pesca de ambos os países “ignorem os alertas do setor e não dêem nenhuma resposta às solicitações de reuniões para que informem a quota de pesca disponível e a data de abertura da pesca”. Um cenário que é “insustentável”, segundo Manuel Fernández, responsável da Confraria e presidente da Federação Andaluza de Confrarias de Pescadores.
Um novo encontro ibérico está marcado para 1 de abril, em Lisboa, onde os pescadores pretendem ver confirmada a atual disponibilidade do recurso e fixada a quota de pesca nos valores que exigem.
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