Este projeto, que está a ser desenvolvido através de numa parceria entre Ana Henriques (Ohana) e Olga Prada (Caracolga), procura intervir no sistema escolar com o “intuito de auxiliar todos os agentes educativos na sua tarefa, cada vez mais complexa, de educar nas suas múltiplas dimensões, que combinadas constituem o suporte de um cidadão consciente e um ser pleno”.

Além disso pretende intervir junto das crianças, dos pais e professores através de ferramentas Mindfulness, por forma, “a que estes fortaleçam a capacidade de viver num estado particular de atenção ao momento presente, de forma intencional e sem julgamento, que os leva a experienciar um novo nível de satisfação consigo e com a vida”. Contudo, segundo Olga Prada, “não é possível falar de Mindfulness, sem ensinar e ou praticar”, tendo sido esse um dos objetivos deste seminário.

“Além de divulgar ao máximo o Mindfulness e a importância de usar as suas ferramentas na escola, para que todos juntos, o mais possível, consigamos trabalhar para o bem-estar e felicidade dos alunos, também quisemos que eles sentissem na pele o que é o Mindfulness”, explicou a responsável, referindo que “queremos semear no meio escolar e familiar a semente da mudança”. Mas para explicar o que é o Mindfulness, as responsáveis convidaram a professora Albertina Oliveira, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, que lecciona a disciplina “Educação para o Mindfulness”.

De acordo com a docente, “o Mindfulness é um treino mental que ensina as pessoas a lidarem com os seus pensamentos e emoções. Ajuda uma pessoa a distinguir o pensamento útil daquele inútil que, em determinadas circunstâncias, chega a ser prejudicial”. Nesse sentido pode ser praticado de duas formas, formal ou informalmente. A primeira diz respeito à meditação e ao esforço da atenção plena, deixando os pensamentos fluir durante alguns minutos e em silêncio, e a segunda refere-se à prática no quotidiano do que aprendeu na meditação.

Deu como exemplo “quando, ao guiar, prestar atenção ao caminho e não fazer as coisas em piloto automático ou, então, quando usar a atenção naquilo que o poderá acalmar, em vez de se juntar aos que se zangam em pleno trânsito”.

Igualmente referiu que o Mindfulness também já chegou às escolas e tem “contribuído para a redução significativa da impulsividade dos miúdos, dentro e fora da sala de aula, bem como nas relações interpessoais”. No que toca à concentração, verificou-se um “foco de tempo mais longo das mesmas” comparativamente ao método de ensino tradicional.

O seminário também permitiu experimentar as práticas do Mindfulness, baseadas em respirações conscientes e meditações guiadas.