O arguido, sem antecedentes criminais, foi condenado pela prática do crime de homicídio simples na forma tentada, ofensas à integridade física simples e condução perigosa de veículo automóvel. Terá ainda de pagar dois mil euros à vítima e as custas do hospital.
O acusado, que durante o julgamento afirmou estar “muito arrependido”, encontrava-se com pulseira eletrónica, medida de coação que foi alterada pelo coletivo de juiz para termo de identidade e residência.
Em maio de 2018, Ricardo Ramos, de 44 anos, e a vítima, de 18 anos, circulavam com as respetivas famílias na A8, entre Leiria e Lisboa, quando, na zona do Bombarral, o pai da vítima, que conduzia o carro em que esta se encontrava, decidiu iniciar uma manobra de ultrapassagem do veículo do agressor.
Nessa altura, o arguido “desviou o veículo que conduzia para a esquerda, impedindo a ultrapassagem pelo veículo” conduzido pelo outro condutor, descreve a acusação, citada pela agência Lusa.
O automobilista acabou por conseguir concretizar a ultrapassagem, retomando a circulação na via da direita, enquanto o arguido, por duas vezes, “aumentou a velocidade do veículo que conduzia e dirigiu-se à traseira do outro veículo” e iniciou a manobra de ultrapassagem, colocando o seu automóvel ao lado do outro, “desviando o seu para a direita e obrigando o outro a conduzir na berma”.
Ambos pararam a sua viatura junto às portagens da A8 do Bombarral e o arguido saiu do seu automóvel empunhando uma navalha. Dirigiu-se ao outro condutor, tentando atingi-lo, mas o homem protegeu-se atrás da porta do automóvel e foi o filho, que tinha saído em auxílio do pai, quem foi atingido no peito, sendo transportado pelos bombeiros do Bombarral para a urgência do Hospital das Caldas da Rainha.
O agressor pôs-se em fuga, vindo a ser apanhado em Lisboa, onde reside. De acordo com o Ministério Público de Caldas da Rainha, o arguido “conduziu de forma temerária, agressiva e altamente perigosa”, colocando em perigo a sua família e a do outro veículo, e agiu com a intenção de “tirar a vida” ao outro motorista.
O arguido foi “violento por razões fúteis”, acrescentou. “Infelizmente, é verdade”, admitiu o condutor durante o julgamento, explicando que naquela altura estava a passar por um “momento emocional complicado”, por “não conseguir emprego”. Esclareceu, no entanto, que não tinha intenção de ferir o condutor, mas sim afastá-lo.
0 Comentários