José Noronha era proprietário de uma destilaria em Vidais, nas Caldas da Rainha, e como era um homem de negócios que fazia diversas viagens ao Brasil, chegou a pensar-se que estaria ausente nesse país, mas como nunca mais apareceu foi dado o alerta do desaparecimento, inclusive pela companheira, que estava grávida na altura do crime e cuja última ocupação foi num call-center nas Caldas da Rainha.
A Polícia Judiciária de Leiria desenvolveu investigações e chegou até ao cadáver, enterrado num canteiro no quintal de uma vivenda em Alfeizerão que tinha sido ocupada entre março e agosto de 2015 pelo irmão da companheira da vítima e pela respetiva namorada, ambos proprietários de um café nas Caldas da Rainha.
De acordo com o proprietário da vivenda, o contrato foi rescindido porque o casal remexeu o quintal, retirando um limoeiro do sítio onde José Noronha foi encontrado enterrado.
A convicção da Polícia Judiciária é de que o corpo do industrial tenha sido escondido durante cerca de um mês noutro local, antes de ser levado para aquela vivenda, na altura em que passou a ser ocupada por dois dos suspeitos.
Segundo a PJ, havia um historial de agressões entre o empresário e a companheira, algumas das vezes envolvendo o irmão desta e a namorada, e que resultaram em várias queixas de violência doméstica.
O proprietário da destilaria, natural de Lisboa, terá sido atraído para uma cilada num apartamento nas Caldas da Rainha onde vivia com a companheira.
“O crime de homicídio terá sido perpetrado mediante agressões físicas, seguindo-se a profanação e ocultação do cadáver, bem como a ilegítima apropriação de pertences da vítima e falsificação de documentos”, revelou a PJ.
O trio que responde agora em tribunal encontra-se em liberdade, depois de ter sido detido a 5 de fevereiro de 2016. Os dois irmãos com apresentações diárias às autoridades policiais e a outra mulher apenas com termo de identidade e residência.
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