O JORNAL DAS CALDAS falou com alguns comerciantes que revelaram terem recebido dos clientes críticas em relação à “fraca iluminação” da cidade “que não criou o espírito adequado a esta altura”.
O projeto de “Natal das Caldas da Rainha” é um evento idealizado e desenhado desde 2013 pela atual direção da ACCCRO – Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste, com o objetivo de reforçar e promover a marca Caldas Rainha, que nos últimos anos teve muito boas iluminações, criando uma expetativa muito alta que no Natal 2018 não foi possível atingir por motivos alheios.
No entanto há quem defenda que não podem ser a autarquia e a ACCCRO as únicas entidades responsáveis pelo embelezamento da cidade na altura do natal, cabendo também aos comerciantes e moradores decorarem o interior e exterior dos suas lojas e casas.
É o caso de Leonor Almeida, natural de Viseu, mas residente nas Caldas da Rainha que considera que também devem ser os “condomínios e espaços comerciais a decorarem os seus espaços”. “Cheguei de viagem e na Bélgica são muitos dos condomínios que fazem a sua própria decoração natalícia” apontou.
Manuela Duarte, responsável pela Objectivo (loja de decorações e presentes), também considera que os lojistas nos seus espaços devem ser responsáveis pelas decorações nas épocas temáticas. “Tive algumas pessoas que se queixaram das luzes natalícias deste ano porque a expetativa tem sido alta nos últimos anos e limitei-me a dizer que decorei o meu espaço no interior e exterior”, sustentou a empresária.
Ana Andrade Costuras responsável pela Lanidor Kids, fez um balanço positivo das vendas de Natal 2018, apesar de achar que “houve menos pessoas nas ruas”. No entanto, sublinhou que quando o mês de dezembro for mau “mais vale fechar a porta”.
Também recebeu algumas críticas de visitantes em relação às luzes de natal nas Caldas, revelando que “estavam já habituados a sentir mais a época festiva na cidade”.
A empresária espera agora que os saldos continuem a trazer as pessoas à loja.
Tânia de Sousa, proprietária da loja “Tania´s Closet”, abriu o seu espaço há cerca de um ano no centro da cidade das Caldas. Confessa que pensava “haver mais afluência na altura do natal mas não posso dizer que foi mau”. Como tem loja em Alcobaça recorda que em 2017 muitas pessoas daquele concelho diziam que iam para as Caldas “ver a árvore e luzes de Natal e este ano desiludiu um pouco porque a expetativa era alta”.
A comerciante espera que para 2019 a parceria da Associação Comercial com a Câmara das Caldas na preparação do Natal da cidade, “poderá ser mais frutuosa”.
Já Ana Amaral, responsável pela loja de moda infantil Neck & Neck, disse que foi uma altura muito “incerta”. Apesar de achar que houve menos público, faz um balanço positivo.
Considera que a corrida aos saldos “já não existe porque as lojas ao longo do ano vão fazendo promoções”.
Anabela Morgado, responsável pela loja de moda feminina Bourbon, também fez um balanço positivo das vendas na última época festiva. Também é da opinião que os “saldos já não são o que eram” e que agora as pessoas esperam mais pelo “Black Friday”, que tem promoções antes do Natal.
A empresária também recebeu algumas críticas de clientes em relação ao projeto de luzes de Natal mas desvalorizou, revelando que “para o ano há mais e certamente será melhor”.
Centro Comercial La Vie com crescimento de 4% em termos de afluência
O Centro Comercial das Caldas “La Vie” preparou-se com antecipação para o natal, porque sabe que é a “época mais importante para os comerciantes, o que, depois se reflete no consumo”, avançou o diretor do centro comercial, Amaro Correia, revelando que houve um crescimento de 4% na taxa de afluência de público em relação a 2017.
Amaro Correia refere que ainda não dispõe de números concretos em relação ao volume de negócio e afluência na época natalícia, mas referiu que houve mais poder de compra, o que potenciou maior procura e consumo. “A nova gestão e a dinâmica do “La Vie” e a atratividade das Caldas trouxe mais gente ao Centro Comercial, o que potenciou ainda mais esta época festiva”, explicou o responsável. “Nós há três anos tomámos uma decisão de não apostar no âmbito do natal numa figura pública e investir essa verba num período de animação mais alargada na época festiva, o que se considera ter sido positivo”, referiu Amaro Correia.
O responsável disse que a afluência aos saldos também foi boa, revelando que o feeback de alguns lojistas é que “na moda há algum consumo extra após o Natal, ou seja, prendas que são adiadas para poder comprar com um preço mais competitivo”.
Quanto à taxa de ocupação o diretor do “La Vie” está confiante chegar brevemente aos 100% com a abertura de dois espaços na área da restauração. “Temos 65 lojas e temos duas para comercializar, o que esperamos abrir já este ano”, salientou.
O responsável está aberto à comunidade caldense e a parcerias para tornar as Caldas ainda mais atrativa.
No primeiro trimestre de 2019 vão inaugurar uma parede do piso 0 que vai ser decorada por um grupo de alunos do 3º ano do curso Design e Fotografia no âmbito de um concurso que decorreu em 2018.
Estudo da ACCCRO divulgado em fevereiro
Paulo Agostinho, presidente da ACCCRO – Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste disse que ainda não tem o balanço do ano, nomeadamente do projeto de Natal 2018, mas que estão a fazer um estudo junto do tecido empresarial e consumidores que será divulgado em fevereiro.
No entanto, revela que a marca Caldas da Rainha ficou a nível nacional em 4º lugar no número de vezes que foi mencionada na comunicação social.
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