Trata-se da iniciativa da “loja Caldas Empreende”, promovida pelo Município de Caldas da Rainha e pela AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste, com o objetivo dos empreendedores que produzem produtos inovadores os poderem vender diretamente ao público, numa zona central das Caldas com grande movimento.
“A iniciativa tem como objetivo geral potenciar o aparecimento de produtos inovadores e sustentáveis na região oeste, através da disponibilização de um espaço para exibição e venda dos produtos, sempre numa perspetiva de desenvolvimento económico e social”, disse Sérgio Félix, da AIRO, no passado dia 27, durante o lançamento deste projeto.
O responsável revelou que no âmbito do mecanismo de apoio à promoção de produtos endógenos, este projeto surgiu porque identificaram nas Caldas e na região “falta de produtos, tipo “gifts turísticos” e havia a necessidade do “reforço de produtos para a valorização do turismo”.
O elemento da AIRO apontou que têm quase todos os dias pessoas que “vêm apresentar um produto novo, mas não têm dimensão para abrir uma loja, mas gostavam de testar um produto no mercado”. “Portanto, sentiu-se a necessidade de existir um espaço seja para fazer a venda, lançamento e experimentação do produto”, adiantou.
Segundo este responsável, têm já alguns produtos dos empresários do Caldas Empreende para colocar na loja do turismo, como “Maju Bikinis”, “Mariana Sampaio cerâmica”, “Aisha Cadernos” e “Cerveja Bordalo” e os restantes serão selecionados por um júri.
A iniciativa terá como base um concurso de produtos, os quais serão selecionados para integrar o espaço disponibilizado pelo Município das Caldas da Rainha no edifício do Posto de Turismo, no qual os produtos serão expostos e comercializados, e 25% do seu valor de venda reverterá para amortizar das despesas do espaço.
O projeto dirige-se preferencialmente à população do município das Caldas, mas também podem concorrer outros empreendedores e empresários maiores de 18 anos, individualmente ou em grupo, desde que os produtos sejam considerados com forte valor e inovação, sejam produzidos por empresas com tradição no concelho ou região e que contribuam positivamente para a oferta disponível na loja.
O concurso já está aberto e as inscrições terminam a 31 de janeiro de 2019. Em fevereiro, decorrerá a comunicação de produtos selecionados e em março a apresentação.
A cada quatro meses a iniciativa de seleção e lançamento de produtos ocorrerá, de modo a dar lugar a novos produtos e empreendedores. Sempre que se justifique os produtos poderão renovar a sua permanência por um período máximo de 18 meses.
De acordo com Sérgio Félix, a iniciativa da loja Caldas Empreende “irá rentabilizando o edifício do posto de Turismo e irá também criar emprego e estimular a economia local”. Será dada prioridade aos produtos que tenham “caraterísticas tradicionais/endógenas e/ou alusivas à cidade das Caldas da Rainha”.
O júri será composto por representantes do município das Caldas e da AIRO e será auxiliado na avaliação dos projetos por uma equipa técnica da responsabilidade da organização.
Produtos endógenos das Caldas
Inserida no Tourism Startup Program, e no âmbito do lançamento da iniciativa “loja Caldas Empreende”, decorreu no Espaço Turismo uma sessão sobre o “Papel dos Produtos Endógenos no Turismo”.
O vice-presidente da Câmara, Hugo Oliveira, referiu que “há muitos produtos endógenos no concelho que têm que ser trabalhados e mais valorizados, como por exemplo os “peixes e mariscos da Lagoa de Óbidos, a água termal, a cutelaria (Santa Catarina), bordados, beijinhos, trouxas de ovos, falo das Caldas, cerâmica contemporânea, rota bordaliana entres outros”.
Destacou a nova coleção de joias inspiradas nos bordados das Caldas e também mostrou interesse em ver um desfile de moda com “os nossos bordados”.
Quanto ao falo das Caldas, o autarca salientou que tem que ser visto como “uma forma paródica e é um recurso a ser valorizado porque é reconhecido em todo o lado”.
O autarca destacou ainda o projeto Pátio dos Burros, na Cova da Onça, que será transformado num espaço para a cerâmica contemporânea, cutelaria, bordados, entre outros produtos endógenos das Caldas, onde os visitantes poderão deslocar-se para comprar os produtos. “Será um espaço de envolvimento com a sociedade e artistas e a nossa ligação com as unidades hoteleiras, agências de viagens e empresas de animação turística”, adiantou Hugo Oliveira.
Paulo Simões, primeiro secretário da OesteCIM, apresentou o projeto “Lojas com História”, que se insere numa candidatura a fundos comunitários destinados ao melhoramento dos modelos de negócio tradicionais e o seu regulamento está em fase final de aprovação nos 12 municípios da OesteCIM. Este projeto terá como resultado final um roteiro tecnológico (plataforma digital), onde serão identificadas todas as lojas com interesse histórico na região, de fácil acesso aos turistas que visitem o Oeste.
Os produtos endógenos adquirem valor acrescentado, tendo em conta o enquadramento cultural e identitário do território de onde são originários, tornando-se desta forma únicos.
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