Com “gosto pela escrita desde sempre”, a escritora e contadora de histórias infantis decidiu apostar em mais um livro, que desta vez nasceu depois de uma viagem que fez a Goa, na Índia. “Foi lá que comecei a escrever o livro, depois de deparar com algumas limitações, no que diz respeito às mulheres”, contou Rita Campos, adiantando que “não imaginava que podia ser tão grave e até mesmo perigoso eu estar lá sozinha”.
Esse fator, segundo a docente do 1º ciclo do ensino básico, “tocou-me profundamente e eu tive necessidade de expressar aquela realidade, que é diferente da nossa, através da escrita”. Lá também decidiu que “não podia parar por ali”, continuando esta descoberta da sociedade, no que toca aos temas do feminino, num país vizinho.
Nesse sentido, no ano seguinte viajou sozinha novamente para o Sri Lanka através da plataforma de crowdfunding, onde arranjou apoio financeiro para a viagem. Rita Campos encontrou “uma realidade ligeiramente diferente mas que no fundo vai dar ao mesmo da India”.
“Tudo isso serviu de inspiração para a Valentina”, contou a autora, revelando que Valentina é uma mulher que “sabe como manter-se viva quando todos acham que chegou o fim”, que vive rodeada de mulheres, homens e crianças num local distante da Ásia onde paira a natureza em estado puro, e que decide mudar-se para o Sri Lanka.
Ao longo das 34 páginas, Rita Campos procurou abordar esses “temas fortes e sérios, como a morte”, no que toca ao universo feminino nesses países, mas “com leveza e alguma cor”.
Além do texto, o livro conta com algumas ilustrações, que” na realidade não servem para ilustrar uma frase ou outra”, mas sim, “no sentido que a ilustração vale mais que mil palavras”.
A autora já tem em mente o tema da sua próxima obra, que será dedicada a histórias específicas para as aulas de yoga para crianças.
Para apresentar a obra, a autora convidou Lino Romão, que sublinhou que “este não é um livro dedicado especialmente aos mais pequenos, mas que vale a pena ler às crianças”. Além de contar “uma história bonita”, também aborda questões civilizacionais e culturais.
Lino Romão também aproveitou a ocasião para congratular a autora pela sua coragem de conseguir publicar os seus livros sem o apoio de editoras.
Presente também esteve a vereadora da cultura, Maria da Conceição Pereira, que felicitou a autora por ter apostado numa “escrita diferente, mais ousada e interpelativa para todos nós”.
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