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Encerramento do projeto

CLDS 3G da Misericórdia contribuiu para aumentar taxa de empregabilidade

Mariana Martinho

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Após 36 meses de funcionamento chegou ao fim o projeto CLDS 3G do Centro de Recursos Comunitário da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha. Este instrumento de promoção da inclusão social e de combate à pobreza persistente envolveu no total 2583 pessoas, das quais 1038 eram desempregados e 378 eram beneficiárias do Rendimento Social, e ainda contribuiu para “reanimar o estado da rede social”, bem como aumentar a taxa de empregabilidade no concelho.
A sessão de encerramento contou com a participação de vários oradores

Tratou-se do terceiro Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) assinado entre a autarquia, o Instituto da Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha, a entidade coordenadora local, que teve início em outubro de 2015 e que terminou em outubro deste ano.

Ao longo dos 36 meses, o projeto que foi construído, pensado, desenvolvido e realizado em função do concelho das Caldas da Rainha, desenvolveu 17 ações de intervenção divididas em três eixos: Emprego Formação e Qualificação, Intervenção Familiar e Parental, Capacitação da Comunidade e das Instituições. Para isso, contou com um vasto conjunto de parceiros, de diversas áreas.

Durante os três anos acompanhou 2583 pessoas, em que 82% são habitantes das uniões de freguesias da cidade, envolvendo 1950 agregados familiares, 1038 desempregados, 6039 participações nas diversas atividades e 378 beneficiários de Rendimento Social e Inserção. “Esta população foi uma área que trabalhámos com maior proximidade, porque estamos a falar de desempregados de longa duração, e que precisam de um trabalho mais transversal”, explicou a coordenadora técnica do CLDS 3G, Gabriela Galeão.

No caso específico do eixo I, o CLDS prestou apoio no atendimento e acompanhamento individualizado de emprego e formação, sessões de informação e formação, elaboração de currículos, diagnóstico formativo, visitas às empresas, promoção de circuitos de produção e estabelecimento de parcerias. Nesse sentido abrangeu 1292 pessoas, contou com 3008 participações nas 23 ações e 185 sessões desenvolvidas, juntamente com as 196 entidades empregadoras.

“No período inicial sentimos que havia uma taxa de desemprego muito grande, não havia respostas de emprego nem de qualificação, e neste momento, felizmente há uma taxa de empregabilidade muito grande”, sublinhou a coordenadora técnica do projeto, adiantando que “muitos dos nossos beneficiários conseguiram durante este período integrar-se no mercado de trabalho”.

Outras das áreas de intervenção do CLDS 3G foram as pessoas idosas em situação de solidão e/ou isolamento, que, segundo Gabriela Galeão, “é uma das ações que no concelho das Caldas não sei se faz sentido existir no CLDS, pois sentimos que andamos a duplicar trabalho”. Ainda no eixo II, o projeto abrangeu 1378 pessoas, 199 famílias e 465 crianças e jovens, nas 30 ações e 105 sessões de âmbito sociocultural, atendimento de psicologia, nas visitas domiciliárias, e no desenvolvimento de competências e de gestão de recursos. No caso do atendimento psicológico, a responsável alertou que é uma das necessidades do concelho, pois continua a haver uma lista de espera e a não haver respostas ao nível da saúde mental.

Nesta vertente foram criadas duas lojas sociais e distribuídos 15 talhões de horta social aos agregados familiares.

Em relação ao eixo III foram envolvidas 490 pessoas, cinco bairros e uma associação, nas nove ações e 21 sessões desenvolvidas pelo projeto.

A coordenadora técnica também referiu que o CDLS permitiu a criação e manutenção de parcerias, o aproveitamento de sinergias e recursos da rede, a eficácia da colaboração com o núcleo local de intervenção social, a transversalidade das atividades do projeto com uma intervenção mais eficaz, a adaptação da intervenção às necessidades de cada participante, a motivação dos participantes, a relação de proximidade com os participantes, e ainda a intervenção de continuidade e multidisciplinar, através de uma equipa técnica dinâmica, empenhada e motivada no projeto.

Contudo, “nem tudo é bom, também houve alguns constrangimentos”, como o facto de às vezes não ser entendido pela rede como um recurso disponível, a resistência das entidades ao desafio de parceria, a falta de eficácia na divulgação das atividades e projeto, a reduzida adesão dos participantes e de encaminhamentos, a falta de motivação dos desempregados de motivação dos desempregados de longa duração, a ausência de respostas de qualificação, o baixo número de sinalizações de idosos em situação de solidão, as dificuldades nas estratégias de identificação de jovens em situação de abandono escolar, a ausência de respostas formativas para jovens NEET (que não estão em educação, emprego nem formação), e os períodos de interrupção dos CLDS´S provocam “perda de qualidade e intervenção”.

Parceriaspermitiram uma ação diversificada

Este projeto, segundo a vereadora da ação social e presidente do Conselho Local de Ação Social (CLAS), Maria da Conceição Pereira, foi “inovador e diferente”, que coube à Misericórdia caldense receber devido à “transversalidade das valências” que já existem na instituição.

Para a autarca, o “CLDS teve um impacto muito positivo na comunidade, que de outra forma de certeza que não iriamos conseguir”. Isso só foi possível graças ao trabalho em rede, que permitiu que “conseguissemos dar resposta a muitas das situações que no chegam no dia-a-dia”.

Destacou ainda que “os CLDS’S foram uma lufada de ar fresco para a rede social”. Por isso, “esperamos continuidade deste projeto no concelho”, de modo a “ajudar aqueles que ainda precisam”.

Da mesma opinião partilha o provedor da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha, Lalanda Ribeiro. ”Estamos a encerrar mais um ciclo do CDLS, que nos trouxe ótimos resultados a nível do concelho”, frisou, adiantando que “esperamos que nos próximos CDLS sejamos de novo convidados para sermos parceiros”.

Célia Roque, diretora do Instituto do Emprego e Formação Profissional, destacou que o CDLS foi um “parceiro importante, que surgiu numa altura muito crítica ao nível do emprego no país”.

Em 2015 existiam 1945 desempregados do concelho inscritos no Centro de Emprego e em setembro deste ano, apenas 1031 inscritos. Isto indica que houve uma “redução significativa de 46% de inscritos”, e um aumento de procura de trabalhadores, por parte das empresas.

Além disso, afirmou que o projeto permitiu trabalhar as áreas sociais, que “infelizmente, o centro não consegue chegar”.

Igualmente a psicóloga da União de Freguesias Nª Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório, Sara Oliveira, sublinhou o “trabalho extraordinário” desenvolvido pelas duas entidades ao longo dos três anos, e que a falta do CLDS trará algumas lacunas na comunidade. Da mesma opinião foi Isabel Henriques, da Associação Empresarial da Região Oeste (AIRO).

Outro dos parceiros deste projeto foi a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, que contribuiu com algumas iniciativas para o projeto. Para o diretor, Daniel Pinto, “a participação no CLDS ajuda a desenvolver a vertente solidária que queremos continuar a implementar na escola, pois acreditamos que só assim faz sentido desenvolvermos o nosso trabalho pedagógico”.

A sessão contou ainda com a intervenção de Rui Godinho, do Instituto de Estudos Sociais e Económicos, que está avaliar o impacto dos CLDS nas comunidades. Para o responsável, “os CDLS podem ser de facto um instrumento de reanimação do estado da rede social, sendo um upgrade da rede”.

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