Antes do final deste ano fica concluído o bloco de rega de Óbidos, que vai abranger 747 hectares, implicando condutas instaladas ao longo de 29 quilómetros, enquanto que o bloco da Amoreira, consignado, tal como no primeiro caso, às Construções Pragosa, S.A., está previsto ficar pronto em dezembro de 2019, para abranger mais 438 hectares, numa extensão de vinte quilómetros de condutas.
“O extraordinário efeito multiplicador” deste investimento foi destacado por António Costa, que afirmou que a obra vai permitir “quadruplicar e diversificar” as culturas frutícolas e hortícolas da região Oeste.
Elogiando o Oeste por ser “uma das melhores regiões agrícolas do país e que mais contribui para a riqueza nacional e para a exportação agrícola”, sublinhou que com a rede de rega irá “produzir ainda mais, gerando mais riqueza, mais postos de trabalho e exportando ainda mais”, permitindo “abrir mercados em novos países” com destino das exportações.
Do projeto faz ainda parte a barragem do Arnóia, um investimento superior a oito milhões de euros, terminada em 2005, mas sem funcionar por não estar concluída a ligação às condutas que permitirão regar os campos de Óbidos (freguesias da Amoreira e do Olho Marinho) e do Bombarral (freguesias do Pó e da Roliça).
A estação elevatória de rega do Arnóia, que custou 2,6 milhões de euros, aguarda ligação à rede elétrica.
A cerimónia de consignação da empreitada da rede de rega do bloco da Amoreira teve lugar no salão nobre dos Paços do Concelho do Bombarral, onde o presidente da autarquia, Ricardo Fernandes, começou por dizer que existe uma “expetativa de 40 anos dos agricultores da região” por esta obra, acreditando o autarca bombarralense que o investimento se irá refletir no aumento da capacidade produtiva, na criação de mais postos de trabalho e consequentemente no aumento da riqueza produzida e no desenvolvimento local.
Gonçalo Leal, diretor geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, efetuou a apresentação do projeto, e Filipe Daniel, presidente da Associação de Beneficiários do Aproveitamento Hidroagrícola das Baixas de Óbidos e Amoreira, depois de se congratular com a concretização deste investimento, aproveitou para apresentar alguns constrangimentos que afetam a atividade agrícola na região, nomeadamente, as margens de lucro que se perdem entre a transição do produtor ao consumidor, falta de mão de obra, ausência de medidas facilitadoras de contratação sazonal e os atrasos na aprovação de projetos.
Por sua vez, o ministro da agricultura elencou os vários projetos do Programa Nacional de Regadios que irão ser implementados até 2023, os quais totalizam mais de meio milhões de euros.
Cinquenta e cinco projetos de regadio agrícola estão aprovados no país com um investimento de 560 milhões de euros, estando 18 em execução (entre os quais o de Óbidos), no valor de 278 milhões. Vai ser aberto concurso para os restantes projetos, no valor de 282 milhões de euros.
“Dotar o país de mais cerca de cem mil hectares de novos regadios, entre novos regadios e a requalificação de outros já existentes,é uma forma de mitigar as alterações climáticas e de reduzir custos de produção”, manifestou Capoulas Santos.
“É uma resposta muito importante para um país que quer continuar a ver a sua agricultura a crescer acima do resto da economia, que quer continuar a crescer nas exportações, que este ano registam um crescimento de 6% face ao ano passado”, indicou o ministro da Agricultura, que estima que estes investimentos vão permitir criar 10.500 postos de trabalho na agricultura.
Antes da cerimónia, o primeiro-ministro e o ministro da agricultura visitaram a Estação Elevatória de Rega do Arnóia, junto à barragem, seguida da observação dos trabalhos no Bloco de Rega de Óbidos.
O protocolo institucional não incluiu nenhuma intervenção do presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, o que causou algum desconforto. Ainda assim, o autarca, que acompanhou a visita do primeiro-ministro e o ministro da agricultura, não deixou de trocar impressões com ambos.
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