Começava por subirem a uma torre de onze metros com mangueiras de dezanove quilos (como se subissem a um prédio para apagar o fogo), e no topo içarem outras mangueiras com o mesmo peso, descerem da torre degrau a degrau e no solo baterem com uma marreta num aço com 75 quilos (simulando a abertura de obstáculos), para o moverem meio metro. Seguia-se uma corrida em slalom até pegarem numa mangueira, passarem um pórtico e acertarem num alvo com a água, como se estivessem no combate a um incêndio.
A última etapa era transportar um manequim de 80 quilos e 1,75 metros, como se fosse uma vítima real, ao longo de trinta metros. Sempre vestidos com o pesado equipamento de combate (cerca de trinta quilos), os bombeiros chegavam ao fim extenuados. Ganhava quem demorasse menos tempo.
As provas realizaram-se em eliminatórias até à final, no exterior do pavilhão da Expoeste. Adelino Gomes, da Liga dos Bombeiros Portugueses, comentou que a competição era “muito dura”, avaliado pelo “esforço que levava até à exaustão”. “Isto mostra o sacrifício e a realidade dos bombeiros em Portugal, que têm sempre este tipo de atuações, algumas delas bem mais difíceis”, fez notar. O responsável sublinhou “a camaradagem, o estímulo dos companheiros e até dos adversários”.
Em média as provas eram cumpridas em cerca de dois minutos, o tempo que pode ser preciso para salvar vidas.
As provas eram feitas individualmente ou em equipa, e no final os bombeiros participantes foram unânimes: “É uma prova muito exigente”, comentou Mauro Castro, dos bombeiros sapadores de Setúbal. “Mostra a destreza, a parte física e mental dos bombeiros. Mas se fosse fácil não era para nós. A fibra dos bombeiros está aqui bem demonstrada”, disse Rui Faria, dos bombeiros voluntários das Caldas da Rainha, cuja equipa incluiu ainda Vítor Tavares, Telmo Pacheco, Marino Mendes e Rui Alves.
A competição não era só para homens. As mulheres também mostraram garra. “É um bocadinho mais duro da nossa parte porque anatomicamente temos menos força, mas os homens acabam por ver que conseguimos fazer tudo”, assegurou Beatriz Bernardes, dos bombeiros municipais de Coruche.
“É uma prova de superação. Podemos realmente dizer que somos umas autênticas mulheres de ferro”, acrescentou Sónia Alves, da mesma corporação.
Pedro Simões, da RedSwat, salientou que “o que nos impulsionou a trazer esta iniciativa para Portugal foi a oportunidade de colocar os bombeiros portugueses a desempenhar provas certificadas internacionalmente, e perceber que em igualdade de circunstâncias talvez até estejam mais bem preparados do que os seus colegas de outros países”.
A equipa vencedora foi a dos bombeiros voluntários de Espinho. Em segundo ficaram os voluntários de Queluz e em terceiro os sapadores de Setúbal.
Individualmente, venceu Duarte Mendes, dos Sapadores de Lisboa, em segundo ficou Mauro Castro, dos Sapadores de Setúbal, e em terceiro Hugo Vaz, dos bombeiros voluntários de São Martinho do Porto.
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