O pavilhão municipal, situado junto ao campo da feira do Cadaval, tem acolhido assim, anualmente, este apreciado certame, onde a homenagem às ancestrais tradições rurais se funde com a divulgação e dinamização da atividade económica, nas suas mais diversas valências, tendo ainda como novidade este ano a eleição da Miss Adiafas 2018. De braço dado decorre o 17.º Festival Nacional do Vinho Leve, único do país dedicado a esta apreciada bebida de baixo teor alcoólico.
Juntamente com esta edição do JORNAL DAS CALDAS publicamos um suplemento especial dedicado a este evento, que inicia com uma entrevista ao presidente da Câmara do Cadaval, José Bernardo Nunes.
Jornal das Caldas – O certame “Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve”, que reúne anualmente gastronomia, exposições, espetáculos e atividades equestres, está de volta à vila do Cadaval. Quais são as novidades da edição de 2018?
José Bernardo Nunes – A edição deste ano da “Festa da Adiafas“ volta a manter o registo habitual, apesar deste ano ter uma duração ligeiramente superior ao normal, devido ao feriado de 5 de outubro coincidir com o fim de semana. Tirando isso vamos ter um programa dinâmico.
O pavilhão de artesanato e atividades económicas conta com a participação de vários expositores e proporciona, anualmente, a mostra de um leque variado de produtos artesanais, bem como de representações do tecido empresarial e institucional. Na parte da gastronomia contará, uma vez mais, com a presença de vários espaços de restauração e tasquinhas, dinamizados por associações locais que incluirão, nas suas ementas, diversos pratos e petiscos típicos locais e regionais.
No que diz respeito à animação, que todos os anos é diferente, este ano teremos algumas diferenças, com especial destaque para a eleição da Miss Adiafas 2018. Este é um concurso que normalmente decorre durante o Baile das Vindimas, contudo, este ano, o Clube Atlético do Cadaval, por falta de condições para realizar o baile, optou por retomar a tradição de eleger a miss durante o certame.
Da programação também constam os habituais colóquios, no âmbito agrícola, em que convidamos as associações do concelho, bem como os agricultores e produtores a virem ao certame, pois serão abordados temas que vão ao encontro das necessidades deles. Além disso destacamos o colóquio “Marketing no Setor Vinícola”, onde os produtores e os agricultores vão aprender a valorizar, bem como a divulgar o seu produto.
J.C.- Este certame também dedica-se à promoção do vinho leve do concelho. Como correu a produção vinícola este ano no Cadaval?
J.B.N. – O vinho leve tem uma procura expressiva e dá o seu contributo para a balança das exportações, estando presente em praticamente em todos os continentes.
Dentro dos vários concelhos onde existe produção do vinho leve, o Cadaval tem um peso significativo na balança, devido às suas condições climatéricas, que faz com que os terrenos sejam propícios para a produção do vinho leve, tendo este um teor reduzido de álcool, relativamente aos vinhos normais. ?Para a economia local, o vinho e o vinho leve são a segunda cultura, depois da pera rocha, de rendimento do agricultor, que tem vindo nos últimos anos a ganhar expressão, especialmente em novos investimentos.
Contudo, a produção este ano será uma incógnita devido às alterações climatéricas sentidas no início do mês de agosto, que provocaram estragos sérios nas videiras e nas uvas. Nesse sentido, julgo que antes de conseguirmos vindimar é muito difícil prever ou quantificar a produção deste ano, ao contrário das fruteiras.
No caso das videiras, as uvas na maioria das vezes estão protegidas pelas parras, o que faz com que não seja fácil visualizar o estado delas, podendo assim haver uvas secas ou queimadas. Como tal, só no final da colheita é que possível dizer como correu a produção este ano.
J.C. – A Festa das Adiafas costuma ser visitada por milhares de pessoas. Para esta edição o que podemos esperar relativamente à adesão do público?
J.B.N – Todos os anos trabalhamos no sentido de atrair cada vez mais pessoas às Adiafas. Como tal, procuramos ano após ano investir em alguns aspetos para aprimorar o pavilhão.
Para esta edição, optámos por melhorar o isolamento acústico do espaço, nomeadamente nas cozinhas e nas casas de banho.
Relativamente à afluência de pessoas temos esperança que o número se mantenha ou então que aumente ligeiramente, pois temos consciência que aos fins de semana não temos condições para receber mais pessoas do que aquelas que temos vindo a receber. Por isso, durante os dez dias de festa prevemos receber cerca de 40 mil visitantes.
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