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Crónica

Nádia Schilling no palco do Centro Cultural e de Congressos

Rui Calisto

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Uma cantora, com voz doce e melodiosa, uma arquiteta paisagista, com um traço preciso e harmonioso. Uma mulher de fibra que se entrega aos projetos, nessas duas áreas, com um amor e uma dedicação monástica.

Uma cantora, com voz doce e melodiosa, uma arquiteta paisagista, com um traço preciso e harmonioso. Uma mulher de fibra que se entrega aos projetos, nessas duas áreas, com um amor e uma dedicação monástica.

Nádia Schilling esteve no Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, no dia 22 de setembro, apresentando o seu álbum de estreia: “Above the Trees”. Há quem o considere um disco melancólico, eu não. Classifico-o como um registo de viragem na música portuguesa, pela sensibilidade, pelas harmonias, pelo frescor naturalista, pelos contrapontos em consonância modelar. Não é um trabalho comercial, pelo menos na minha ótica, vejo-o mais como um álbum fadado a tornar-se “uma estilha”, daquelas por quem pagamos pequenas fortunas em Sites de raridades musicais. É uma obra intemporal.

“Above the Trees” faz-nos, conscientemente, perceber o jazz, o folk e o indie rock, em toadas de acalanto, como se uma revoada de pássaros, repentinamente, passasse sobre nós, deixando as nossas emoções espalhadas por sobre as nossas cabeças. Faz-nos ainda balouçar entre a intensa introspeção e a intempestiva expansão, num misto de sensações que nos mantém sempre alertas.

Neta de músicos (os maternos chegaram a tocar na Orquestra Sinfónica de Berlim, a avó paterna foi pianista e o avô paterno um aplicado guitarrista e delicado apreciador de jazz), assume-se como roqueira alternativa. Vou contrariá-la, pois, vejo-a como uma artista de inúmeros recursos, que a podem levar a interpretar, ou compor, dentro dos mais variados géneros musicais.

Acho curioso, que o seu primeiro álbum tenha esse título (Above the Trees), algo como “Acima das Árvores”. Sinto-o mais além: “Acima dos Céus” (Above the Heavens). Tal é a elevação que as suas harmonias possuem.

Neste concerto no CCC, Nádia Schilling (voz e guitarra) mostrou-se completamente liberta, descontraída, dando indícios de que o palco é realmente a sua casa. Contou com uma banda de peso: João Hasselberg, no baixo, Pedro Branco, na guitarra e Bruno Pedroso, na bateria, além de um convidado especial: Gonçalo Formiga.

Cada tema deixou no ar uma vontade de espreitar o que há por detrás de cada verso e de cada acorde. A dinâmica e o ritmo apresentaram-se com intensidade, mostrando um singular percurso, até chegar à sua estrutura final. Muito na linha do que vem surgindo, tanto em Portugal quanto no Brasil, em intérpretes, ou bandas, como Francisco El Hombre, Sinara, BaianaSystem, O Terno, Criolo, Selvagens à Procura da Lei, Supercombo, Varal Estrela, Supernós, Pink Big Balls, Filipe Sambado, Ermo, Prana, Haema, Edumundo, Mila Dores, Veenho, George Marvinson, Cassete Pirata, Primeira Dama e Loopooloo (que já contou com a colaboração de Nádia Schilling).

A música é uma arte maior e uma potência social. Toda a sua construção é fruto da criação e do estudo. Inspiração e transpiração. Sendo, portanto, uma expressão que leva à compreensão de uma mensagem carregada de notas e de silêncio.

Nádia Schilling subiu ao palco principal do Centro Cultural e de Congressos com um propósito: O de deixar a sua musicalidade – repleta de sentimentos genuínos – atingir os sentidos da plateia, e conseguiu. Saímos dali imersos numa sonoridade quantificadora, que criou em nós um significado, soando como um apelo e definindo-se como um futuro antecipado e auspicioso.

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