Os tremores geralmente são largos e cadenciados, ocorrem nas mãos enquanto estão em repouso e diminuem quando as mãos se movem intencionalmente e desaparecem por completo durante o sono. Podem piorar por stress emocional ou fadiga. Com o tempo os tremores ocorrem também nos braços e pernas e podem afectar as mandíbulas, a língua, a testa e as pálpebras.
Os músculos ficam rígidos, tornando o movimento difícil. Quando se tenta flexionar o antebraço da pessoa ou esticá-lo, o braço resiste ao ser movido e quando isso ocorre, começa e pára de se mover, como se fosse uma roda dentada, rigidez muito característica da DP.
Os movimentos tornam-se lentos e difíceis de serem iniciados e o doente tendem a mover-se menos. Quando se move torna-se mais difícil porque as articulações tornam-se rígidas e os músculos enfraquecidos.
A postura torna-se curvada e é difícil manter o equilíbrio. Tende a inclinar para a frente ou para trás. Visto que os movimentos são lentos, o doente não pode mexer as mãos com rapidez suficiente para amortecer uma queda. Caminhar fica difícil, principalmente, dar o primeiro passo. Depois de iniciado, geralmente arrasta-se os pés em passos curtos e há dificuldade em parar ou virar. Quando a doença está avançada, alguns doentes param de andar de repente, porque sentem como se os pés estivessem colados no chão.
A rigidez e a diminuição da mobilidade podem contribuir para dores musculares e fadiga. Ter músculos rígidos interfere com muitos movimentos: virar-se na cama, entrar ou sair de um carro e levantar-se de um sofá. As actividades diárias normais como vestir, pentear, alimentar-se e escovar os dentes levam mais tempo. A motricidade fina também fica prejudicada e abotoar os botões da camisa ou apertar os sapatos, torna-se cada vez mais difícil.
A face fica menos expressiva porque os músculos faciais que controlam as expressões não se mexem tanto quanto normalmente o fariam e pode ocorrer engasgamento porque os músculos na garganta estão rígidos, tornando difícil a deglutição.
A causa da doença de Parkinson é incerta mas acredita-se na acumulação de uma proteína no cérebro que auxilia a comunicação das células nervosas. Esses depósitos, chamados de corpos de Lewy, acumulam-se em várias regiões do cérebro e interferem na função cerebral.
Simplificar as tarefas diárias, a fisioterapia e adaptar a casa são mecanismos importantes para melhorar as funções diárias do doente. O medicamento mais utilizado é a levodopa/carbidopa embora actualmente já existam novos fármacos, contudo nenhum deles cura a doença, apenas retardam a sua evolução.
Conhecer a DP e seus sintomas é o primeiro passo para ajudar o doente a conviver com a mesma, retardar a sua evolução e viver com o máximo de qualidade de vida.
Enfermeiro especialista
Miguel Miguel
0 Comentários