Baía fantástica de fazer inveja a S. Sebastian, que nuestros hermanos o perdoem, ou a Biarritz, com todo o seu charme, que como sabemos é sempre um must.
Feitas bem as contas e acreditando na palavra de quem conhece e está habituado a vaguear pelas costas marítimas, arranquei rumo ao Oeste e tive de fazer juz aos comentários e elogios que fui colecionando.
Baía muito aprazível, bem cuidada, tranquila, um areal onde a vida se sente, crianças, pais, avós, um mar de tranquilidade e uma terra onde as gentes locais são educadas, simpáticas, generosas e acolhedoras.
Uma oferta muito satisfatória para comer, disfrutar de um copo ou um café com amigos e amigos de amigos, onde todos confraternizam e se sentem à vontade, envolvidos numa temperatura que é deveras acolhedora, mesmo quando os termómetros sobem mais um pouco.
Porém, não consegui compreender e muito menos aceitar, que em tantas esplanadas de cafés, gelatarias e outros, eu me sentisse emparedado na medida em que junto ao passeio das ditas esplanadas havia carros, automóveis, carrinhas, sempre a barrarem a linda paisagem que era suposto contemplar, na medida em que do outro lado da estrada está a baía, a Baía de S. Martinho do Porto eclipsada pelas ditas viaturas estacionadas e a estacionar à berminha do passeio entre mim e o azul da concha…
Será justo? Estarei a exagerar? Mas senti que entre este local tão fascinante e os outros supra mencionados havia algo, uma lacuna de “savoir faire”, de ausência de toque estético, ou de pouca paixão paisagística. Reconheço que para os portugueses é impensável não estarem atrelados ao seu carro, mas admitindo que aqueles passeios eram adornados com vasos de plantas, ausentes de estacionamentos, numa amplitude que valia a pena conquistar e todo o esforço desenvolvido neste sentido iria reverter numa mais-valia de beleza com mar à vista, com os inerentes encantos naturais que tão bem têm sido cultivados e mantidos.
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