O jovem saiu acompanhado pelo seu pai, Robert Rademakers, no dia 21 de julho, da Holanda, e juntos percorreram 2700 quilómetros. Levaram 22 dias até chegar as Caldas da Rainha. À sua espera estavam vários familiares, mãe e avós de Raul. Foi um momento de emoção e abraços a um jovem, que disputou um dos maiores desafios da sua vida.
Raul Rademakers é um jovem holandês, filho de Eva Andrade Rademakers, uma caldense que emigrou para a Holanda há 23 anos. Com dois anos foi-lhe diagnosticado um tumor cerebral, que não era maligno, mas que os médicos não conseguiam operar, por ser um risco muito grande e poder ficar em coma.
Segundo a mãe, o tumor causava-lhe ataques de epilepsia, dores de cabeça e afetava a visão e a memória. “Foram anos de tratamento com medicamentos que causavam efeitos secundários” contou.
Aos 12 anos, em 2011, os médicos decidiram operar porque o Raul não podia estar o resto da vida a tomar tantos medicamentos. A operação correu bem, conseguiram remover o tumor, só que teve que ser operado mais três vezes para retirar o líquido que entretanto nascera no lugar do tumor.
Em 2016, o jovem fez outra cirurgia que foi um sucesso. “No ano passado recebemos a melhor noticia. O médico disse-nos que ele estava 99% recuperado”, contou a mãe.
Depois dos médicos o terem libertado das visitas rotineiras ao hospital, e por ter vencido o tumor cerebral, o Raul disse à família e aos profissionais de saúde que ia de bicicleta para Portugal (Caldas da Rainha) visitar os seus avós maternos.
“O meu filho pesava 143 quilos e depois de ser aconselhado a fazer desporto, pediu-me uma bicicleta e no espaço de um ano a fazer ciclismo perdeu 60 quilos”, acrescentou Eva Andrade.
Hoje Raul tem 80 quilos, é um jovem sorridente, feliz por poder ter uma vida normal.
Chegada às Caldas
Raul e Robert Rademakers, chegaram à Rotunda da Rainha no dia 12 de agosto pelo meio dia. À espera estavam uma dezena de familiares, incluindo a mãe Eva Andrade e os avós maternos. Foi sem duvida um momento de grande emoção e de apoios a um jovem com coragem e uma grande vontade de “viver a vida da melhor forma”.
O jovem e o pai andaram quase sempre cerca de 130 quilómetros por dia. Quando chegou ao destino deu uma volta à Rotunda da Rainha, e feliz disse ao JORNAL DAS CALDAS que também estava à sua espera, que “o melhor de tudo foi ver que o meu pai também conseguiu fazer a viagem”. “Agora só quero comer e dormir”, salientou, contando que o percurso foi difícil com muitos obstáculos”. “Enganamo-nos num caminho, onde fomos ter a uma montanha, e o pai para conseguir teve que se agarrar a um camião”. No caminho também tiveram problemas com as correntes das bicicletas, mas segundo Raul “juntos resolvermos os problemas e conseguimos chegar ao destino”.
O jovem holandês disse que “adora as Caldas e que agora vai ficar duas semanas para umas férias bem merecidas para desfrutar da praia da Foz do Arelho”. Em tom de brincadeira sublinhou que o regresso a Holanda é de “avião”.
“É um herói nunca pensei que ele conseguisse”, disse a avó, Aida Pinto, que agora aposentada trabalhava no Hospital das Caldas.
Já o avô, Artur Andrade do Chão da Parada, “orgulhoso do neto” salientou, que “é para gente forte”.
0 Comentários