Desde maio, quando arranca a época de transporte em barco de carreira regular, tem-se registado uma subida do número de ocorrências em relação a anos anteriores no mesmo período, admitiu a capitania do porto de Peniche.
A situação tem chamado a atenção da população de Peniche, que assiste à chegada das vítimas à estação salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), de onde são depois levadas para o hospital, após os primeiros socorros prestados por equipas médicas que se deslocam à ilha nas embarcações do ISN. Na semana passada houve também um resgate realizado por um helicóptero da Força Aérea.
“Os casos repetem-se com uma periodicidade assustadora e não se vislumbra qualquer tomada de providência para, no mínimo, minorar os tempos de assistência a quem necessite. Com tantas centenas de pessoas a desfrutar daquela ilha paradisíaca seria de esperar que, pelo menos na época mais forte, existisse lá um médico”, reclama Carlos Tiago.
Há também quem defenda que a Marinha devia ali ter em permanência uma equipa de resgate ou pelo menos um posto de atendimento com um técnico de emergência pré-hospitalar e um enfermeiro com formação em suporte imediato de vida durante os meses de verão
Sobre as razões de tantas ocorrências, são apontadas várias causas: “Gente a mais, um vai e vem permanente de pessoas, carreiros degradados e pouco civismo”. A queda de pequenas pedras poderá também ter contribuído para alguns acidentes, já que os turistas podem escorregar ao pisarem as pedrinhas. Foi vedada uma zona de circulação pública.
Os chorões, plantas rastejantes que tinham o propósito de suster a queda de pedras, acabaram por aumentar a erosão, devido à penetração das raízes no solo, pelo que têm vindo a ser retirados.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas não chegou ainda a concretizar a intenção de reduzir o número de visitantes da reserva natural, cuja carga diária é de 350 pessoas, um limite diversas vezes ultrapassado nos meses de verão.
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