O despacho publicado no passado dia 7 no Diário da República (DR), assinado pelo ministro da Cultura, Castro Mendes, determina a substituição do historiador caldense João Bonifácio Serra por Pacheco Pereira.
A inclusão do investigador é a única alteração na composição da CICAM, criada a 15 de janeiro deste ano. A CICAM tem a missão de propor os conteúdos a expor naquele museu nacional e sugerir linhas de orientação acerca da apresentação museográfica, “em linha com a história da Fortaleza de Peniche desde a sua construção e a preservação da memória da sua história recente, nos contextos da resistência à ditadura e na luta pela democracia”.
A comissão integra a diretora-geral do Património Cultural, Paula Silva, o presidente da Câmara Municipal de Peniche, Henrique Bertino, e o chefe de gabinete do ministro da Cultura, Jorge Leonardo.
Da CICAM fazem ainda parte Adelaide Pereira Alves, Manuela Bernardino (do PCP), os ex-presos políticos Domingos Abrantes, Fernando Rosas, José Pedro Soares (também membro da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses) e Raimundo Narciso (representante do movimento cívico “Não Apaguem a Memória”) e, agora, Pacheco Pereira.
O Governo decidiu investir 3,5 milhões de euros na recuperação da Fortaleza de Peniche, para vir aí a instalar o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, depois de, em 2017, a ter retirado da lista de monumentos a concessionar a privados para fins turísticos, dada a polémica que gerou.
Já este ano, foi apresentado o guia de conteúdos do museu, com onze núcleos temáticos, e lançado concurso de um milhão de euros para a requalificação do monumento.
A fortaleza, classificada como Monumento Nacional desde 1938, foi uma das prisões do Estado Novo de onde se conseguiu evadir, entre outros, o histórico secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, em 1960, protagonizando um dos episódios mais marcantes do combate ao regime ditatorial.
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