Segundo a agência Lusa, Claude Inácio, de 38 anos, acusado da prática de um crime de homicídio qualificado, contou que ao chegar a casa de madrugada, entre as 01h45 e as 02h30, após ter encerrado o café que era proprietário na Cidade Nova, encontrou a mulher, Sandrina Inácio, de 37 anos, deitada no sofá com o filho mais novo e questionou-a se não eram horas da criança já estar deitada.
Ao coletivo de juízes, o arguido contou que “isso já era motivo de discussão há algum tempo, porque eu entendia que o meu filho devia estar a descansar e ela costumava estar com ele no sofá”.
A discussão, segundo revelou ao tribunal, prosseguiu e a vítima tê-lo-á acusado de “não ter ambição nenhuma” e “de ser um fraco”.
“Fui buscar uma faca à cozinha [com vinte centímetros de lâmina], ela começou a chamar-me nomes e eu disse: qualquer dia corto-te o pescoço. Ela respondeu: queres cortar, corta”, relatou. Ele acabou por desferir-lhe um golpe na zona do pescoço, tendo dessa forma provocado a sua morte
O arguido admitiu que matou a mulher quando esta se encontrava sentada no sofá e com os três filhos, de 2, 9 e 13 anos, a dormir noutra divisão da casa.
Admitiu que “senti culpa. Agi de momento. No fundo, até gostava dela”. Após o crime, escreveu uma carta dirigida ao irmão, a quem telefonou a contar o que se tinha passado, e tentou suicidar-se, cortando o pescoço e espetando uma faca no peito. Foi internado no hospital de Coimbra em estado grave e em coma induzido. Mas ficou livre de perigo.
Segundo o testemunho da mãe da vítima, “eram um casal amigo e nunca houve maus tratos. Ele era uma pessoa impecável, não tenho nada a dizer dele. Não consigo perceber. Ele adorava a mulher e adorava os filhos. Era um excelente pai e ela era uma excelente mãe”.
O julgamento prossegue no dia 2 de julho.
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