“Fizemos pela primeira vez esta iniciativa porque considerámos que é um tema que também preocupa os pais”, disse a psicóloga Susana Nogueira, adiantando que consideraram este assunto uma das prioridades com o objetivo de dar “apoio aos pais porque eles são elementos fundamentais para depois ajudarem na transição dos filhos”.
Segundo esta responsável, a maioria dos jovens tem mais dificuldade na adaptação à nova escola que de uma forma geral, “é maior do que a primária, o número de professores e de disciplinas aumenta, existe um menor suporte emocional da parte dos professores, porque o tempo de contacto de cada um com os alunos diminui, e o método de ensino muda”. “A estrutura escolar torna-se mais complexa, as regras são diferentes e as crianças têm que ser mais autónomas, portanto, os pais devem, por isso, transmitir à criança segurança e tranquilidade relativamente a esta nova etapa de vida”, acrescentou.
Susana Nogueira aconselhou os encarregados de educação a fazerem uma equipa com a escola, sublinhando que “o envolvimento dos encarregados de educação e a comunicação entre eles e escola é absolutamente fulcral”.
A psicóloga Patrícia Barros desafiou mesmo os pais presentes a “irem à escola falar com o diretor de turma sobre coisas positivas, dando também sugestões porque a ida ao estabelecimento de ensino não precisa de ser somente sobre o mau comportamento ou sobre a dificuldade na aprendizagem”.
Patrícia Barros também alertou os encarregados de educação sobre a ansiedade que muitos alunos vivem por causa das notas, que por vezes se torna “excessiva, tendo de recorrer ao hospital”. “O mais importante é que o filho aprenda a gostar de estudar e se sinta valorizado pela sua prática”, afirmou, adiantando que “os pais devem dar prioridade ao trabalho e ao esforço que os filhos desenvolvem e, só depois, às notas escolares”. Aconselhou os encarregados de educação a “mostrarem aos filhos que são capazes, em vez de exigirem resultados elevados que se podem tornar prejudicais para a aprendizagem”.
De acordo com a psicóloga, para “ajudar os jovens no estudo é importante que em casa sejam asseguradas condições favoráveis para que estes possam trabalhar com qualidade todos os dias”.
Patrícia Barros exemplificou com a pirâmide de aprendizagem de Willima Glasser, onde aprendemos 10% a ler, 20% a escutar, 30% a ver, 50% a ver e escutar, 70% quando discutimos com outros (conversar, perguntar, repetir, entre outros), 80% a escrever, interpretar, traduzir, expressar e revisar, e 95% quando ensinamos aos outros (explicar, resumir, elaborar e ilustrar).
Disciplina de TIC no 5º ano no próximo ano letivo
A disciplina de tecnologia da informação e comunicação(TIC)vai passar a ser lecionada em todas as escolas públicas no 5º ano de escolaridade a partir do próximo ano letivo. As aulas de TIC deverão ocupar pelo menos uma hora semanal.
Outra mudança na legislação para o próximo ano letivo é, segundo Susana Nogueira, a forma de trabalhar do conselho de turma, com destaque para a área de projeto. “O intuito é serem os próprios alunos, a escolher dentro dos temas que lhes interessam mais, dentro da área que fazem parte do programa e trabalharem esses temas e a procurar uma maior dinâmica, indo ao encontro das necessidades do quotidiano”, explicou a psicóloga.
Vão fazer parte da atividade letiva da Escola D. João II a robótica e a dança. A legislação prevê, ainda, um maior ênfase na área da cidadania e desenvolvimento.
A proposta do 5º ano de escolaridade para o próximo ano letivo será português, inglês, história e geografia de Portugal, matemática, ciências naturais, educação visual, educação tecnológica, educação musical, educação física, cidadania e desenvolvimento, TIC, robótica, dança e apoio ao estudo. Haverá ainda os diferentes clubes e atividades extracurriculares.
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