A bicicleta elétrica ficará ao dispor de cada um dos utilizadores por um período até seis meses, sendo que devem cumprir os objetivos mensais de quilómetros percorridos (o mínimo de quarenta quilómetros), comprometer-se a efetuar deslocações regulares para a escola em bicicleta e garantir uma utilização responsável do veículo. As bicicletas têm uma autonomia de cem quilómetros e podem ser estacionadas nos lugares reservados nos vários campi, unidades de investigação e serviços do Politécnico de Leiria, onde poderão também carregar a bateria gratuitamente.
Com esta iniciativa, o Politécnico de Leiria pretende contribuir para alterar comportamentos no sentido de favorecer a redução da utilização do transporte individual motorizado nas comunidades onde se inserem os seus polos, tornar mais atrativos os seus campi com a redução da pressão dos veículos motorizados, e valorizar as respetivas localidades com a promoção de mobilidade mais amiga do ambiente. Ao mesmo tempo a iniciativa visa estimular hábitos de vida saudáveis.
Os utilizadores têm de ter carta de condução. É um requisito que certifica que têm noções das regras do Código da Estrada e não é uma exigência que reduza grandemente o universo a que se destina, uma vez que, de acordo com o Politécnico de Leiria, 80% dos estudantes já têm carta de condução, título detido por quase toda a restante comunidade académica. O Politécnico é frequentado por mais de 11.500 alunos e que conta com 1.300 trabalhadores.
Para conduzir estas bicicletas basta levar consigo o cartão de cidadão. O uso é intransmissível. As bicicletas têm um sistema de georreferenciação e de comunicação, em tempo real, sendo o registo destes dados mantido anónimo, mas servirá para verificar se está a ser cumprido o número mínimo de quilómetros a percorrer por mês e, em caso de furto, saber-se-á onde se encontram.
Há uma caução inicial de cinquenta euros, que será devolvida se forem cumpridos os objetivos propostos. Mensalmente os utilizadores pagarão dez euros, que servirão para cobrir os custos relacionados com o seguro. Cada utilizador recebeu um kit com capacete, mochila, proteção para mochila, braçadeiras reflectoras, poncho e spray anti-furos.
Rui Pedrosa, do Politécnico de Leiria, disse “esperar que os nossos estudantes ajudem a promover a sustentabilidade do planeta e influenciem a comunidade académica nestas práticas, de modo a que sejam sentidas no território pelos cidadãos, para que também ajudem a transformar a cidade”.
A vereadora da educação da Câmara das Caldas, Maria João Domingos, assumiu o compromisso de compatibilizar esta ação com um projeto vencedor do orçamento participativo que visa a mobilidade ciclável na cidade. O vereador Luís Patacho sublinhou a “importância da mobilidade suave”, defendendo a existência de vários “corredores verdes” entre Caldas e Óbidos, Caldas e Tornada e Caldas e Foz do Arelho.
João Mateus, subdiretor da ESAD.CR, é um dos primeiros utilizadores das bicicletas eléctricas, tendo afirmado ao JORNAL DAS CALDAS que já ia muitas vezes a pé ou de bicicleta para o estabelecimento de ensino, pelo que achou que devia dar o exemplo, até porque o irritava o crescente número de carros a circular na escola.
O funcionário Vítor Ribeiro também resolveu aproveitar a oportunidade, tencionando sobretudo usar o veículo na deslocação para casa à hora de almoço.
Djair Souza, aluno brasileiro que frequenta o mestrado de gestão cultural, já está habituado a andar de bicicleta, o que é comum na sua terra-natal (Vitória, no estado de Espírito Santo). “Penso usá-la para passear pelas Caldas e Óbidos, e para vir para a escola. Dantes vinha de boleia de carro ou a pé”, relatou.
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