Cumpriram-se na passada sexta-feira os 37 anos desde que foi criada a ESE, após a extinção do então Regimento de Infantaria de Caldas da Rainha que, por sua vez, tinha já sucedido ao Centro de Instrução do Quadro de Complemento e ao Regimento de Infantaria 5 (RI5).
O RI 5 ocupou, desde 26 de maio de 1918, as instalações dos Pavilhões do Parque, edifício emblemático de Caldas da Rainha, até à sua mudança para as atuais instalações, em 5 de junho de 1953. O local onde se realizou a cerimónia de aniversário – o chamado “Parque das Bicicletas” (por cima dos courts de ténis) – constituiu a parada do regimento, pelo menos numa fase inicial, como comprova um documento fotográfico exibido durante o seminário “Cem anos do Armistício da Grande Guerra e de presença militar em Caldas da Rainha”, evento que decorreu no Centro Cultural e de Congressos no dia 18 de abril. Foi nesse sentido que, com a colaboração da Câmara Municipal de Caldas da Rainha e da União das Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, foram assinalados, nesse mesmo local, os cem anos da instalação do RI 5 no Parque D. Carlos I e, por via disso, do centenário da presença militar nesta cidade.
O comandante da ESE começou por agradecer à cidade “o excelente acolhimento proporcionado aos militares do Exército durante este longo período, facto que não surpreende, atendendo ao epíteto de ‘cidade hospitaleira’ que a mesma ostenta desde longa data”.
Fazendo um breve balanço das atividades durante o ano que decorreu, recordou que foram ministradas as partes gerais dos dois cursos de formação inicial de sargentos (um destinado ao quadro permanente e duas edições por ano do referente aos militares em regime de voluntariado ou de contrato). Ao nível da formação ao longo da carreira, foram executados cinco cursos de promoção, o que representou um total de 935 formandos desde 1 de junho de 2017.
No âmbito de outra das linhas de ação, que visa afirmar a ESE como uma escola de liderança, no dia 21 de junho a ESE vai organizar a II Edição do Seminário “Liderança de Pequenas Equipas: um desafio para o futuro”.
Destaque ainda para um projeto de uniforme avançado de combate, que conta com a participação do Citeve – Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal, o INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Industrial da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e duas empresas do sector têxtil e do vestuário, a Riopele – Têxteis, S.A. e a Damel – Confeção de Vestuário, Lda.
Foram feitos testes de fiabilidade de militares da Brigada Mecanizada, da Brigada de Intervenção, da Brigada de Reação Rápida e da Escola das Armas. No total estiveram envolvidos 1439 militares, incluindo um oficial e um sargento do exército dos EUA, para além, dos alunos da ESE. O projeto encontra-se na fase final, com todos os testes efetuados, podendo já ser apresentado o protótipo final.
No que respeita ao Centro de Línguas do Exército, o mesmo tem vindo a incrementar a sua atividade, tendo conduzido programas intensivos de aperfeiçoamento linguístico a 68 alunos e efetuados 802 testes de aferição nas suas instalações.
No âmbito das tarefas relacionadas com missões de apoio ao desenvolvimento e bem-estar da população portuguesa, foram levados a cabo diversos apoios, salientando-se a participação de militares da ESE em tarefas de patrulhamento, rescaldo e vigilância pós-incêndio florestal, nas regiões de Góis, Mação, Resende e Marinha Grande.
No que concerne às infraestruturas militares, procedeu-se, durante o último ano, para além de diversas melhorias, à requalificação do espaço florestal adjacente ao quartel, mediante projeto aprovado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, contribuindo-se, deste modo, para a redução do risco de incêndio. Para o corrente ano está prevista a renovação de toda a rede geral de abastecimento de água do quartel.
Comandante de saída
“Quando assumi, em 18 de julho de 2016, o honroso cargo de comandante, confesso que, apesar de todo o trabalho prévio de preparação para o exercício do mesmo, não estava à espera de encontrar uma atividade tão intensa e desafiante”, admitiu Lino Gonçalves, anunciando que “muito brevemente passarei a desempenhar outras funções”. Segundo revelou o chefe do Estado-Maior do Exército, o comandante vai ter uma missão na República Centro-Africana.
O general Rovisco Duarte disse ser “com orgulho” que presidiu às celebrações da “casa-mãe do sargento”, elogiando o “elevado profissionalismo, competência e dedicação de todos os que servem nesta casa”, que se assume “como um elemento fundamental da formação”.
“Sendo o Exército uma instituição hierarquizada, o sargento é uma pedra basilar da cadeia de comando”, frisou.
Sobre o Curso Técnico Superior Profissional de Sargentos, explicou que se pretende “valorizar os recursos humanos”, adiantando que se aguarda a criação da unidade politécnica militar e a publicação do decreto-lei que irá definir a sua orgânica e a portaria que regulamentará a formação definida.
Aos alunos da ESE deixou ainda uma mensagem: “O caminho que escolheram não é conhecido por ser fácil ou por proporcionar riqueza material. É uma profissão de elevada exigência, onde se abdica de interesses individuais em favor do coletivo, e que se rege por valores intemporais, como o patriotismo, sentido de honra, ética e rigor”.
As cerimónias incluíram, entre outros eventos, a inauguração da Rua 1.º Sargento José Gomes de Carvalho, no aquartelamento da ESE, e uma exposição de “História Militar” e sobre o projeto I&D “Advanced Combat Uniform”
(uniforme avançado de combate), no Céu de Vidro, no Parque D. Carlos I. Houve também uma atuação da Banda do Exército e uma demonstração de atividades militares pelos alunos do 46.º Curso de Formação de Sargentos.
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