Esta foi a razão pela qual os vereadores do Partido Socialista, Luís Patacho e Jaime Neto, votaram contra o protocolo a celebrar entre a Câmara Municipal das Caldas da Rainha e a ADJCR, para o ano de 2018.
Na declaração de voto que apresentaram no passado dia 19, os vereadores lembram que a fusão aprovada é
“assente em critérios de gestão profissionalizados e otimizados, com ganhos ao nível da rentabilização de recursos humanos, financeiros e de equipamentos”, pondo termo “à insustentabilidade económica das associações”.
Os estatutos da associação que irá materializar essa fusão foram aprovados em reunião de Câmara de 13 de novembro de 2017, mas os socialistas consideram que “se tivesse havido efetiva vontade da Câmara Municipal este processo já estaria há muito concluído e nesta altura já só existiria uma única associação, como deveria”.
Segundo os socialistas, a ADJCR “é uma associação excessivamente dependente da Câmara Municipal do ponto de vista programático, sendo como que um gabinete camarário de eventos para a juventude, como é igualmente dependente da Câmara Municipal do ponto de vista financeiro, representando o subsídio de 175 mil euros 88% do total da receita da associação”. “É, por isso, uma associação não sustentável, e portanto inviável, do ponto de vista financeiro, que apenas consegue obter 12% de receitas próprias do total da sua receita e que tem uma despesa com pessoal de 117 591,16 euros (59,13% da despesa), que é amplamente superior ao subsídio da Câmara Municipal para o seu funcionamento e gestão”.
Por outro lado, para os autarcas do PS “a gestão do Centro da Juventude não cumpre com o seu principal objetivo, que é permitir o acesso dos jovens a ferramentas pedagógicas e culturais para o desenvolvimento dos seus projetos, coletivos ou individuais”. “O Centro da Juventude deve ser o centro embrionário das organizações juvenis concelhias e estar focado em exclusivo no “público” jovem, o que não sucede actualmente”, sustentam.
Em relação à ADIO, apontam que “é uma associação com um longo historial de completa insustentabilidade financeira, de que foi exemplo maior a necessidade da recompra da Expoeste pela Câmara Municipal para evitar que esse edifício não fosse exposto a penhoras de credores da associação e subsequente venda judicial. Negócio, evidentemente, desastroso para o Município do ponto de vista da boa gestão dos dinheiros públicos, que assim desbaratou mais de três centenas e meia de milhares de euros”.
Por entenderem que a ADIO já deveria ter sido extinta, “até pelos graves prejuízos financeiros que tem causado ao Município”, e que este modelo de financiamento à associação “já provou à saciedade que é chover no molhado”, os vereadores do PS também votaram contra o protocolo a celebrar entre a Câmara e a ADIO para o ano de 2018.
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