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Mass Training em Suporte Básico de Vida

Marlene Sousa

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No âmbito da Semana Raul Proença decorreu na passada quarta-feira um “Mass Training em Suporte Básico de Vida”, uma iniciativa promovida pela direção do Agrupamento em parceria com o Centro Hospitalar do Oeste (CHO). A iniciativa contou com a colaboração do enfermeiro Nuno Pedro e do médico Joaquim Urbano, coordenadores da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica da Unidade das Caldas da Rainha.
A médica Ana Rita Constante pretende diminuir tentativas de suicídio de jovens nas Caldas

Presentes estiveram seis médicos (duas internas de pediatria e quatro internos do Ano Comum), três enfermeiros do CHO e da VMER Caldas, e cinco bombeiros das Caldas e quatro elementos do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica, Coimbra.

Os profissionais de saúde dividiram-se em dois grupos. Uns dinamizaram uma sessão de treino em suporte básico de vida (SBV) dirigida a 180 alunos do 9º ano, com o objetivo de ensiná-los a agir em casos de emergência médica, nomeadamente saber efetuar corretamente manobras de reanimação. Os estudantes receberam uma aula das manobras a executar, seguindo-se a realização de exercícios práticos a manequins.

Com esta ação é expectável que os alunos consigam reagir se estiveram perante uma pessoa que desmaiou ou sofreu algum tipo de acidente, reconhecendo uma paragem cardiorrespiratória, alertar os serviços de emergência e iniciar de imediato as manobras de suporte básico de vida.

Segundo o médico Joaquim Urbano, a formação em SBV “é fundamental para a recuperação das vítimas em paragem cardiorrespiratória. Em causa, está o reforço das primeiras fases (elos) da cadeia de sobrevivência. O rápido reconhecimento da situação e pedido de socorro através do 112 (SIEM/Sistema Integrado de Emergência Médica) aumenta a probabilidade de sucesso das manobras de apoio mais avançado – utilização de DAE (desfibrilhador automático externo) e SAV (suporte avançado de vida)”.

Apesar desta ação envolver os alunos do 9º ano do ensino básico da Escola Raul Proença, esta equipa, com algum apoio da Câmara Municipal, já deu formação nesta área a todos os alunos do 4º ano do ensino básico de todo o concelho, durante três anos.

Também tem colaborado com a Escola de Sargentos do Exército, ministrando ações de SBV aos militares de sucessivos Cursos de Formação de Sargentos.

Nesta iniciativa também esteve presente o diretor clínico do CHO, António Curado, que destacou que os procedimentos transmitidos aos alunos podem salvar vidas e devem ser ensinados à comunidade.

Jovens da Escola Raul Proença são “muito saudáveis”

O outro grupo de médicos internos do Serviço de Pediatria do CHO e alguns enfermeiros fizeram um questionário sobre os hábitos alimentares, estilo de vida e um levantamento dos Índices de Massa Corporal (IMC) de 210 alunos do 8º ano no âmbito de uma ação que tem como objetivo acompanhar estes alunos desde o 7º ao 12º ano de escolaridade.

Segundo o enfermeiro Nuno Pedro, o projeto iniciou o ano passado quando estes alunos frequentavam o 7º ano. Foi-lhes feito um questionário sobre hábitos alimentares e estilo de vida e feita a avaliação do percentil, escala utilizada em avaliaçõesantropométricasde crianças e adolescentes para investigar situações denormalidadeourisco nutricional(peso e estatura inadequados para sexo e idade). “O intuito é acompanhá-los até o secundário com o mesmo questionário e verificar se fazem desporto, o tempo que passam em frente ao computador ou telemóvel, se já ingeriram bebidas alcoólicas, se almoçam na cantina, no bar ou nos cafés à frente à escola para ver em que idade começam a ter comportamentos menos saudáveis para se poder agir”, explicou.

Ana Rita Constante, médica interna de pediatria, uma das responsáveis por este projeto explicou que o intuito é ver em que idades “começam a ingerir álcool, começam a fumar, como é que vão alterando as horas em frente a um ecrã que é uma preocupação recente, a sua atividade física se vai diminuir ou aumentando e as alterações alimentares”. “Quando chegam à idade da adolescência com mais liberdade queremos averiguar se pioram os seus hábitos, para podermos antecipar e instruí-los da melhor forma”, adiantou a médica.

De acordo com os dados tratados do questionário e a avaliação do percentil que fizeram aos jovens no ano passado, os resultados foram “excelentes”. “A população desta escola em específico é muito saudável”, disse Ana Rita Constante.

Os resultados revelaram uma prevalência de 0,6% das crianças do 7º ano da Escola Raul Proença com obesidade versus os 7,7% de um estudo nacional efetuado em 2015/2017 a jovens das mesmas idades. 7% dos alunos da escola das Caldas registaram excesso de peso versus os 17% do estudo a nível nacional.

Segundo Ana Rita Constante, verificaram ainda que apenas “22% das nossas crianças comiam com alguma regularidade fast food, 78% faz exercício físico fora da escola e 64% diz que brinca na rua”. De acordo com a médica, a percentagem mais alta foi os 71% dos que passam duas ou mais horas por dia em frente a um ecrã.

O intuito também com este estudo é referenciar as crianças que tenham critérios de obesidade para serem acompanhados nas consultas externas de nutrição no CHO.

Mesmo sem ter tratado os dados, a médica considera que os jovens continuam saudáveis, porque dos 70 questionários que realizou neste dia, só referenciou um para a consulta externa.

Estudo pretende diminuir tentativas de suicídios de jovens nas Caldas

A saúde mental também tem merecido particular atenção por parte destes profissionais do Serviço de Pediatria do CHO, onde a equipa se encontra a desenvolver um estudo piloto acerca de Literacia em Saúde Mental que iniciou em março de 2017. “Foi aplicado um questionário aos adolescentes do décimo e décimo primeiro ano da Escola Raúl Proença, que aborda a patologia da depressão e abuso de álcool, onde temos como objetivo perceber o que os nossos jovens sabem acerca desta temática e como pedem ajuda”, afirmou, Ana Rita Constante.

No âmbito deste projeto decorreu uma ação formativa interativa durante 60 minutos e nove meses. Depois foi aplicado o mesmo questionário. Perceberam que não houve muitas diferenças nas respostas o que levou os oficinais a concluir que é “preciso fazer mais sessões porque “dos 335 jovens questionados, apenas 34% conseguem identificar corretamente os sinais e sintomas de depressão e somente 56% consegue identificar o abuso de álcool”.

De acordo com a médica interna de Pediatria, “os níveis de literacia são muito baixos, o que leva ao não reconhecimento precoce dos sintomas, quer em si próprio, quer nos outros, e adia a procura de ajuda, enquanto os sintomas se agravam continuamente”.

Ana Rita Constante indica que é preciso estudar mais o nível de literacia de saúde mental, fazendo depois intervenções continuas acerca desta temática para diminuir a taxa de suicídio no Oeste que é “muito alta”. “Cada vez temos no hospital mais jovens com tentativas de suicídio, automutilações e muitas vezes andam perdidas e não pedem ajuda”.

No fundo, “queremos que os adolescentes consigam interpretar o que estão a sentir como fazendo parte de uma doença, diminuir o estigma associado à doença mental e transmitir também que tipos de ajuda têm disponíveis (profissionais de saúde, terapêuticas, ente outros).”

“O nosso objetivo é durante este novo ano letivo aumentarmos a nossa amostra noutras escolas do concelho das Caldas da Rainha de modo a termos dados mais representativos, mas até agora estamos a ter a confirmação de que a área da Saúde Mental é preocupantemente e pouco abordada aos jovens portugueses”, expressou.

A médica sublinhou que é importante “os adolescentes perceberem que não existe vergonha em abordar temas de saúde mental e que esses sintomas são tão válidos como uma febre ou dor abdominal”.

O médico Joaquim Urbano referiu que na urgência pediátrica, os profissionais que aí prestam serviço, são observadores privilegiadosde muitas situações evidenciando comportamentos suicidários (auto-mutilações, intoxicações, etc.), desvios do comportamento e mesmo suicídios, em crianças e adolescentes. Portanto, considera que as “ações de formação que se vêm realizando no âmbito da saúde mental, sensibilizam os alunos para essas situações, nomeadamente para a deteção de pequenos indícios e atitudes manifestadas por alguns colegas, evidenciando situações de risco que devem merecer a atenção da comunidade escolar para a prevenção das mesmas”. “Em minha opinião, todas as escolas deviam ter acesso a ações de formação nesta área”, adiantou.

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