O Caldas queria outra data. Em primeiro lugar porque é um dia de semana e sendo um clube não-profissional há jogadores e treinadores a meterem dias de férias dos seus empregos, implicando também compreensão da parte das entidades empregadoras, o que nem sempre é fácil chegar a um acordo. É possível que algum possa ter de trabalhar de manhã para estar disponível à tarde.
O Caldas conta apenas com jogadores amadores no plantel. Os jogadores, os treinadores e até os dirigentes têm os seus empregos e além de jogarem nos relvados jogam com os horários e calendários para poderem entrar em campo nos compromissos do clube. Mas já deixou pelo caminho duas equipas da Ledman LigaPro – Arouca e Académica. O Farense não é uma equipa amadora, tem jogadores experientes e lidera a sua própria série.
Depois, porque antes do jogo da Taça os alvinegros tiveram uma difícil deslocação à ilha Graciosa, nos Açores, onde no passado domingo à tarde defrontaram e venceram o Guadalupe, num jogo fundamental para o percurso no campeonato de Portugal. O regresso da equipa pela primeira vez teve dezenas de adeptos à espera no aeroporto de Lisboa.
As 72h de descanso obrigatório estavam em causa, para além de que a viagem é desgastante para os atletas devido às ligações aéreas. Houve pouco tempo para a recuperação e para a preparação do jogo. O Farense veio dizer que se o Caldas tivesse pedido “atempadamente” o adiamento do jogo da Taça de Portugal teria acedido. Não depois de os algarvios terem programado tudo para dia 10, argumentou o clube.
Num aspeto há unanimidade: o lamento pela ausência de transmissão televisiva em direto, quando todos os restantes jogos têm (Rio Aves – Desportivo das Aves, 19h, Cova da Piedade – Sporting, 20h30, e no dia 11, pelas 20h30, Moreirense – Porto, todos emitidos pela SportTV, detentora dos direitos).
A falta de transmissão pela TV é considerada uma discriminação e um desrespeito para com os clubes menores. Foi até criada uma petição pública a exigir a transmissão do encontro.
O clube caldense manifesta a vontade de que se viva a verdadeira festa do futebol e que a Mata possa ter um ambiente único e que os adeptos possam mais uma vez dar um exemplo de “saber estar”, à semelhança do que se verificou diante da Académica de Coimbra. Espera-se de novo uma boa moldura humana, e o treinador José Vala acredita que “o entusiasmo e apoio da claque, dos adeptos e de toda a população” será um fator de peso no desempenho na Taça. Já o Farense deverá contar com o apoio de mais de meio milhar de adeptos.
Os bilhetes terão o preço de cinco euros para associados e de dez euros para o público em geral. De acordo com os regulamentos, e por questões de segurança, crianças com menos de três anos não podem entrar no recinto desportivo. Não será permitido entrar no estádio com chapéus de chuva ou outros objectos que possam constituir ameaça à segurança.
A partida coloca frente a frente as duas únicas formações do Campeonato de Portugal ainda presentes na Taça de Portugal, sendo certo que uma delas estará nas meias finais, medindo aí forças numa eliminatória a duas mãos com o vencedor do embate entre Rio Ave e Desportivo das Aves.
Na última temporada em que o emblema da capital algarvia chegou tão longe na prova, em 1989/90, só parou no Jamor, onde perdeu na finalíssima, contra o Estrela da Amadora (2-0). Nessa temporada, o Farense garantiu também a subida à I Divisão.
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