A parceria entre as duas instituições visa “a construção da Unidade de Saúde Familiar de Santo Onofre, de modo a permitir a melhoria de funcionamento da atual Unidade de Saúde Familiar Rainha D. Leonor” que será transferida do atual Centro de Saúde para as novas instalações.
A obra está orçada em 1,3 milhões de euros. “Não há da parte da administração central nenhuma comparticipação no equipamento, é só com dinheiro do município e fundos comunitários, mas tem de haver anuência do Governo para ser candidata a fundos comunitários”, explicou o presidente da Câmara, Tinta Ferreira.
“Se tivéssemos exigido que houvesse comparticipação do Estado, não teríamos obra”, adiantou o autarca.
Da responsabilidade da autarquia será ainda a elaboração dos projetos de arquitetura e de especialidade para a construção do edifício, que terão que ser submetidos à ARSLVT antes da adjudicação da obra.
A Câmara assumirá igualmente os custos com arruamentos, estacionamentos e infraestruturas bem como a sua futura manutenção.
À ARSLVT caberá, por seu lado, elaborar o programa funcional para a construção da Unidade de Saúde Familiar e assegurar a sustentabilidade dos encargos de funcionamento da mesma.
Apesar da votação unânime dos deputados, o PS declarou que a solução encontrada para a localização “não é a melhor, uma vez que está bastante distante daquele que é o centro da vida social da freguesia”.
“Também assinalamos a ausência de um plano urbanístico da zona, essencial naquilo que deve ser a sua valorização associada à instalação daquele equipamento”, manifestou o socialista Luís Filipe.
“Uma segunda questão diz respeito à criação de acessos que permitam a mobilidade, nomeadamente da população mais idosa que se desloca habitualmente a pé. Como está neste momento as deslocações terão que ser feitas através da circular rodoviária que tem sempre bastante trânsito. Recomendamos que a Câmara possa encontrar uma solução que salvaguarde a deslocação de pessoas com maiores dificuldades de mobilidade”, afirmou.
Ainda no que respeita ao local de implementação, apontou “a exiguidade” do mesmo, bem como “a quase impossibilidade de, em caso de necessidade se procedem a ampliações futuras”.
Apesar disso, o PS “congratula-se com este investimento no nosso concelho, tão necessário particularmente para a população da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro”
Já em reunião da Câmara, os vereadores do Partido Socialista Luís Patacho e Jaime Neto tinham votado a favor da aprovação do projecto de execução da Unidade de Saúde Familiar de Santo Onofre, salvaguardando a questão da localização. “Está muito distante daquilo que é o actual centro cívico da freguesia de Santo Onofre. Esta localização não vem acompanhada de um estudo de enquadramento e planeamento urbanístico que possa proporcionar a criação de uma futura centralidade urbana à volta deste equipamento, que é desejável potenciar e valorizar”, indicaram.
Por outro lado, “a ligação rápida por via rodoviária da Unidade de Saúde Familiar ao Hospital está comprometida, porque a circular rodoviária externa está incompleta há mais de dez anos, desde a rotunda de São Cristóvão até à Rua La Codesera, exigindo-se a programação e execução desta obra num futuro próximo”.
Os autarcas do PS também criticaram que “o acesso pedonal e ciclável terá de ser feito pela circular rodoviária da cidade, com intenso tráfego automóvel. Sabendo nós que uma grande parte da população, nomeadamente a mais idosa, se desloca diariamente a pé para este tipo de equipamento, entendemos que o ambiente urbano de uma circular rodoviária da cidade não é o adequado e saudável. É saudável andar a pé e de bicicleta, mas não neste tipo de ambiente de grande intensidade rodoviária”.
Os vereadores recomendaram na Câmara a elaboração de um estudo destinado a implementar medidas de acalmia do tráfego automóvel, como por exemplo limite de velocidade de 50 Km/h e mais e melhor sinalização vertical e horizontal, desde a rotunda da chamada Fonte Luminosa até ao final da Avenida João Fragoso, assim como a criação de eventuais percursos alternativos de acesso pedonal e ciclável.
Sublinharam igualmente que o terreno onde será implantado o edifício da unidade de saúde “é exíguo e apresenta um desnível topográfico considerável, desde a circular rodoviária até à cota de soleira da entrada, o que cria problemas óbvios de conforto visual e acústico, com reflexos negativos na vivência social dos espaços exteriores e interiores”.
“A dimensão do terreno compromete a eventual futura ampliação da unidade de saúde, pelo que deverão ser reservados terrenos à volta com essa finalidade. Os espaços exteriores deverão ser o mais permeáveis possível, nomeadamente nas zonas de estacionamento automóvel, de forma a permitir a rápida drenagem e infiltração das águas pluviais e acautelar o seu escorrimento ao longo do declive acentuado do terreno. Deverão ser reservados espaços exteriores para estacionamento de bicicletas. Deverão ser instalados suportes metálicos de proteção a seguir à rotunda, de forma a prevenir o eventual despiste de um automóvel e consequente embate no edifício da unidade de saúde”, recomendaram ainda.
O presidente da Câmara esclareceu que “tínhamos em santo Onofre um terreno cedido para esse fim na negociação de um loteamento, senão tínhamos de investir mais dinheiro a comprar um terreno”.
No seu entender, “tem bons acessos rodoviários, permitirá acesso pelo Toma e sem grandes acréscimos de custo”.
Informou também que “está aberto concurso para resolução da parte estreita na avenida timor Lorosae”, pelo que a nova unidade de saúde “será um novo elemento de atratividade e de circulação naquela zona”.
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