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Naturais da região contaram como é passar o natal fora do seu país

Mariana Martinho

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O Natal é um período festivo, que é celebrado junto dos familiares e daqueles que mais gostamos à volta de uma mesa, onde não pode faltar o tradicional bacalhau, bolo-rei, filhoses, broa castelar, sonhos de cenoura e sobretudo “um bom vinho português”. De vários pontos do mundo, Holanda, Inglaterra, Japão e Brasil, chegaram-nos testemunhos daqueles que vivem ou estudam em países onde o Natal é celebrado e outros em que não, bem como os que passaram entre o frio e outros que celebraram de chinelos no dedo. Nesse sentido, o JORNAL DAS CALDAS desafiou naturais da região que estão fora do país, longe da família por opção ou porque a crise obrigou a isso, a contarem como passaram o Natal noutras paragens.
Família de caldenses celebra o Natal na Holanda

No Natal há também aqueles que viajam para encontrar a família que não vêem o ano inteiro, como foi o caso da mãe do jovem caldense Luís Cá, que trocou há sete anos Portugal por Holanda. “Vai ser o segundo natal que passo fora de Portugal”, frisou o sous chef de cozinha, que esteve a trabalhar no dia 25.

Apesar das saudades apertarem, a ceia de Natal foi passada em família, com a mãe, irmã e primos, que pelo segundo ano consecutivo aproveitam a época festiva para estarem todos juntos. Para Luis Cá, “é definitivamente nesta época do ano que nós, caldenses, que estamos a viver fora do país, sentimos mais saudade de casa. Mas este natal foi especial, pois juntou-se parte da família à volta da mesma mesa, independentemente de estarmos em Portugal ou na Holanda”. Ou seja, “podemos dizer que foi um natal na Holanda à maneira portuguesa para mais tarde recordar”.

À mesa não faltaram as influências holandesas, e claro, as portuguesas, como o “bacalhau que nunca poderia faltar”. Fazendo de tudo por ter um natal bem português também à mesa, Luís Cá disse que o menu também teve uma preparação especial, visto que alguns dos elementos da família são vegan e outros vegetarianos, mas “nem por isso o menu deixou de ser português”.

Relativamente aos doces, que de acordo com o Luís Cá são “similares aos nossos”, foram servidas duas estrelas da mesa de Natal dos holandeses, os “kerststol” que é um pão com passas e recheado com pasta de amêndoas e que são oferecidos em todo o lado, desde supermercado até em lojas, e ainda as “Oliebollen”, que são como as “nossas filhoses mas com forma esférica”.

Contudo, esta época festiva é vivida na Holanda, de forma oposta da azáfama do Natal português. De acordo com o jovem, é passada “com mais calma e ao mesmo tempo, mais complexa, porque normalmente estou trabalhar e nem todos os holandeses fazem uma grande festa como nós”. Lá existem dois dias de Natal, 25 e 26, sendo que no dia 26 é considerado o momento em que as famílias se reúnem. Também a troca de presentes não é comum nesse dia, mas sim no dia 5 de dezembro com a visita do Sinterklaas (Santo Nicolau).

“Mesmo não sendo a minha família, fazem-me sentir como se estivesse em casa”

De Inglaterra, chegou-nos outra história de um Natal passado com a família do melhor amigo. É o caso da caldense Carolina Neves, que está a estudar ao mesmo tempo que trabalha numa loja de vídeo jogos, o que a obrigou a passar esta época festiva pelo segundo ano consecutivo por terras de sua majestade. “Para mim o Natal tem sido sempre sinónimo de família, e portanto a ideia de passá-lo sozinha era terrível. Por isso, acabei por passar estes dois últimos Natais com a família do meu melhor amigo, que mesmo não sendo a minha me faz sentir como se estivesse em casa”, explicou a jovem caldense.

A jovem esclareceu que o “Natal é a época mais movimentada do ano, e isso torna completamente impossível ter férias nesta altura, sem falar dos ‘milhares’ de trabalhos que tenho para acabar para a universidade”.

Lá o Natal “é vivido de forma diferente”. No dia 23 vão à igreja que habitualmente frequentam, para um musical de Natal, no dia 24 ““não há grande ceia” e no dia 25, “ há festa o dia inteiro”, em que os ingleses antes de começarem a almoçar tomam os aperitivos, que consistem em vários copos de vinho.

No almoço do dia de Natal, segundo a jovem, “não houve o tradicional bacalhau, bolo-rei nem filhoses”.

À mesa, com coroa na cabeça, Carolina Neves degustou de um “menu cheio de influências inglesas”, com um cordeiro assado com vegetais assados, molho de menta e bolas de stuffing, que na sua opinião são “simplesmente fantásticas”. Posteriormente, explicou, “fizemos um pequeno intervalo para abrir as Christmas crackers, que são feitas de papelão, em formato de tubos, embrulhadas com papéis brilhantes com cores natalícias. De braços cruzados agarras a extremidade da tua Christmas cracker e a da pessoa que está sentada ao teu lado, depois puxas e quem tiver a maior parte fica com o que tiver dentro, que normalmente é um brinquedo pequenino, uma coroa e uma mensagem com uma anedota muito seca”.

Após o intervalo foi servido uma tábua de queijos, seguindo-se uma sobremesa, a tradicional “mince pie” com manteiga ou creme de brandy ou baunilha, “como a pessoa preferir”. Depois do almoço, que segundo Carolina Neves, “mais parece jantar”, jogámos jogos de tabuleiro, cartas ou vimos filmes de natal.

Dezembro é o “mês que mais saudades tenho de estar em casa”

Do outro lado do mundo, no Japão, mais propriamente em Tóquio, há uma caldense que passou a consoada de Natal a comer sushi, em vez do tradicional bacalhau. É o caso da jovem Maria João Oliveira, que está há quatro meses em Tóquio a estudar. Este ano esteve sozinha longe dos pais e da irmã. “Para além de ter aulas no próprio dia de Natal, o meu visto de estudante não permitiu sair do país, apenas para regressar a Portugal, e os bilhetes de avião são muito caros, principalmente durante o Natal”, explicou a jovem, confessando que utilizou as redes sociais para estar mais perto da família no dia de Natal.

Para Maria João, “passar a época natalícia sem a família ou a comida portuguesa que é tão boa, principalmente, no dia de Natal, não é a mesma coisa”. Além disso, esclareceu que o espírito natalício no Japão é vivido de “forma diferente do português, sem aquela agitação costume em Portugal”, e por isso, “é o mês que mais saudades tenho de estar em casa”.

Segundo a jovem caldense, o Natal para os japoneses “não é bem uma tradição, nem sequer é feriado dia 25. É como um dia normal onde as pessoas vão trabalhar e até há escola. O Natal no Japão é algo mais comercial”. Aliás, “não há luzes de Natal em todo o lado como em Portugal, ou as comidas típicas e até os supermercados têm apenas simples decorações. Nem parece que é Natal”.

Apesar do espírito da quadra natalícia não ser vivido como em Portugal, Maria João esclareceu que “os japoneses adoram a ideia do Natal, dos presentes, do pai Natal, das músicas de Natal”. Do menu de natal consta o frango frito do KFC e bolo de nata, que é “um bolo fofinho de chantilly e morangos”, que segundo a jovem são “encomendados com meses de antecedência porque a procura é muita”. Aliás, frisou que “no dia a seguir ao dia 25, as coisas já estão todas arrumadas e prontas para o Ano Novo”.

Nesse sentido, a ceia de Natal da jovem “não foi exatamente como a tradicional com o típico bacalhau e o bolo-rei”. Foi passado a comer “kaiten sushi”, que é sushi servido em esteira giratória, na companhia das amigas portuguesas. Posteriormente, foram fazer patinagem no gelo, “pelo menos tentar” e quando chegaram ao dormitório foram dormir, “não houve grande celebração”.

“Este Natal foi mais difícil” de todos

Dos que o passam por entre o frio que se vive nesta época também há os que gozam a quadra natalícia de t-shirt e chinelo nos pés. É o caso de António Campos, que aos 51 anos (completou a 26 de dezembro) está a viver no Brasil e passou estes dias a trabalhar, no seu negócio.

“Já é o quinto Natal que passo no Brasil”, frisou o proprietário de um hotel em Tibau, Pipa, sendo que este Natal foi “mais difícil”. No ano passado teve a sorte de ter a companhia dos filhos nesta época festiva. “É uma data sempre complicada porque surge um vulcão de emoções por estar longe de quem mais gostamos. A verdade é que é muito difícil e complicado”, explicou o cadavalense, que este ano esteve sozinho e a ceia de Natal foi passada junto de clientes e amigos ao ar livre, com calor e o tradicional bacalhau cozido.

“Como tenho uma pousada / hotel numa região muito turística e estamos em plena época alta, não podia ir de férias agora para Portugal”, sublinhou António Campos, adiantando que sempre que pode “faço de tudo para ter um Natal bem português à mesa”.

Admite que no Brasil “é muito caro e não está ao alcance de todos”, o que significa que nem todos os brasileiros, que celebram esta época festiva como em Portugal, têm na noite de consoada “um bom bacalhau da Riberalves”.

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