O acidente começou com o despiste de um carro na Avenida Engenheiro Luís Paiva e Sousa (entre a rotunda da Fonte Luminosa e a rotunda junto ao Cencal), na cidade das Caldas da Rainha, poucos minutos depois das cinco da tarde. A viatura seguia no sentido descendente e o condutor ao perder o controlo levou o carro a galgar o separador central, vindo a chocar contra outro dos dois veículos que estavam na faixa contrária a subir a rua e a embater contra um poste de electricidade, ficando capotado.

Era num desses veículos que seguia a vítima mortal, Eva Ferreira. O marido, Amadeus Santos, de 41 anos, ficou em estado grave, assim como um dos filhos, de dez anos. Estão ambos livres de perigo. Outro filho do casal, de cinco anos, sofreu ferimentos ligeiros.

Foi necessário proceder a operações de desencarceramento para retirar a mulher, que teve morte imediata. A equipa da viatura médica de emergência e reanimação do Centro Hospitalar do Oeste confirmou o óbito. O cadáver foi levado para o Gabinete Médico-Legal de Torres Vedras para ser autopsiado.

A violência do embate teve ainda como consequência a destruição total do carro desta família brasileira, que vivia na Praceta Joaquim Alves, a escassas dezenas de metros do local do acidente.

Na viatura que se tinha despistado e que causou este desfecho trágico seguiam um homem de 25 anos, que era o condutor, e uma mulher de 27 anos. Ficaram ambos com ferimentos ligeiros.

Todos os feridos foram levados pelos bombeiros para o hospital das Caldas da Rainha. O mais velho foi transferido para o hospital de Santa Maria, em Lisboa.

O terceiro carro envolvido foi atingido pelo pneu da viatura que se despistou, ficando com alguns danos. Os ocupantes – um casal e uma criança não sofreram nada e recusaram tratamento hospitalar.

A PSP, através do núcleo de investigação criminal de acidentes de Leiria e da secção de trânsito das Caldas da Rainha, procedeu a demoradas e minuciosas recolhas de vestígios e imagens, para além de repetidas medições, para elaborar o relatório que poderá permitirá perceber as causas do acidente, sendo que a velocidade excessiva é uma forte probabilidade, segundo moradores no bairro mais próximo, que dizem já ter assistido a vários despistes.

De acordo com os bombeiros, o local não é um ponto negro de sinistralidade, apesar de já terem ali ocorrido diversos acidentes e ainda há poucos dias um poste eléctrico foi derrubado por um carro.

“É uma zona com muita visibilidade, está bem sinalizada e a uma velocidade permitida (até 50 quilómetros/hora) dificilmente há aqui um acidente porque tem todas as condições de circulação”, relatou Nélson Cruz, comandante dos bombeiros das Caldas da Rainha

O trânsito esteve cortado nos dois sentidos quase cerca de cinco horas e a circulação só foi retomada após a peritagem da PSP, a remoção do poste eléctrico tombado para via pelo piquete da EDP, retirada dos veículos sinistrados e limpeza e lavagem da via.

No terreno estiveram 23 operacionais e dez viaturas, das corporações das Caldas da Rainha, Óbidos e Benedita.

Uma equipa do Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) do INEM fez o acompanhamento da família da vítima mortal.