Segundo os autarcas, “muitas ações são as mesmas já apresentadas em anos anteriores e que não foram executadas”.

Os socialistas lamentam também não terem sido envolvidos na preparação do Orçamento. Indicam que, apenas na reunião em que foi votado, foram acolhidas no documento as propostas de criação de um pombal contracetivo, criação de uma aplicação para telemóvel (“GeoCaldas”), que permitirá aos cidadãos interagirem diretamente com a Câmara para denúncia de problemas e apresentação de soluções, e a adoção de medidas para que as reuniões públicas da Câmara Municipal passem a ser transmitidas online, em direto, em áudio e vídeo.

O relatório da proposta do Orçamento “é globalmente um “copy paste” do anterior (Orçamento para 2017), que já o era relativamente ao seu antecessor, apenas inovando no desporto, nos mercados e feiras e na juventude”, referem os vereadores.

Registam ainda “a incapacidade desta Câmara gerar a receita necessária para elevar o patamar do seu orçamento para valores compatíveis com os investimentos que o concelho reclama”.

Luís Patacho e Jaime Neto mostram-se ainda espantados por “não haver qualquer referência à gestão do termalismo, cuja reabertura se prevê para o início do próximo ano. Nem, sequer, sobre o seu impacto económico-financeiro nas contas da Câmara, tal e qual nada tivesse que ver com essa atividade”, e criticam não haver dotações previstas para a criação de um Plano Municipal de Incentivos à Captação de Empresas.

“A requalificação das entradas da cidade continua a não ser uma prioridade da atual maioria, pelo que se manterão um péssimo cartão de visita para o turismo e potenciais investidores nas Caldas da Rainha”, sublinham, apontando também que “a circular externa da cidade continuará por concluir”.

Finalmente, consideram “inaceitável o desinvestimento na proteção social dos mais desfavorecidos, quando todos sabemos que os problemas sociais continuam a existir nas Caldas da Rainha”, sublinhando que o sector da ação social “é alvo de um fortíssimo corte orçamental, diminuindo em 45% a dotação face a 2017, ano em que se cifrava em € 100 000, prevendo-se, agora, € 55000”.

A Câmara inscreveu no Orçamento para 2018 obras como a reabilitação da Quinta da Saúde / Casa Amarela, reformulação do Atelier-Museu João Fragoso, criação do Roteiro de Escultura Pública, criação de uma rede local de museus, criação de pista de BTT no Campo, colocação de relvado sintético no campo de futebol da ACR do Campo, aquisição de terreno para novo campo de futebol em A-dos-Francos, construção da Unidade de Saúde Familiar (USF) de Santo Onofre, instalação de parquímetros na cidade, repavimentação, marcação rodoviária e sinalização do parque de estacionamento junto à PSP, criação de ciclovias estruturantes à volta da cidade e de ligação à Lagoa de Óbidos, à praia da Foz do Arelho e a Óbidos, construção do Canil/Gatil Municipal, construção da “Rotunda dos Queridos”, alargamento da Avenida Timor Lorosae e requalificação da Fonte Luminosa.

Abstenção nos Serviços Municipalizados e no Mapa de Pessoal

Em relação ao orçamento dos Serviços Municipalizados, os vereadores do PS abstiveram-se, ao constatarem que “ainda não será em 2018 que a freguesia do Carvalhal Benfeito conhecerá o saneamento básico”.

Por outro lado, espera-se que 2018 “seja finalmente o ano da substituição das condutas de água que tantos problemas têm causado nos últimos anos aos munícipes, sobretudo na área de Santo Onofre, e em especial na envolvência da rua Vitorino Fróis”.

No que diz respeito ao Mapa de Pessoal da Câmara para 2018, fazem notar que “apresenta algumas lacunas que importa rapidamente retificar”. “É absolutamente necessário proceder à elaboração de um novo organograma, que seja claro, transparente e objetivo relativamente ao seu funcionamento orgânico”, concluem.