Foi precisamente a rede social “Facebook” que deu visibilidade ao autor do conhecido best-seller “Prometo Falhar”, tal como relatou Pedro Chagas Freitas, durante a iniciativa no Cadaval.
“Quando é lançado o “Prometo Falhar” (em 2014), eu já tenho mais de 100 mil pessoas no Facebook”, refere o próprio. Ao contrário do que se poderia pensar, o escritor contava já “com muitas obras escritas, que nunca foram publicadas e que, se calhar, nunca vão ser”, avançou.
Segundo o escritor, o título “Prometo Falhar” vem da conjugação de um conceito positivo com outro negativo. “Temos aquela ideia de que falhar é terrível; ninguém gosta de falhar. Por outro lado, todos nós somos viciados em prometer”, observou.
Pedro Chagas Freitas enunciou, em tom jocoso, uma série de “falhas de profissão” por que passou – operário fabril, nadador-salvador, porteiro, “barman” ou jogador de futebol (neste caso, por vários anos). O autor destacou, durante a sessão, a importância de falhar e de saber falhar na trajetória de vida.
“Aos 35 anos, decidi que iria viver do que escrevia, fosse escrever para jornais, revistas, o que quer que fosse, mas nunca pensei viver dos livros que vendo. Aliás, os meus primeiros livros, fui eu que os paguei”, contou.
Foi com a profissão de jornalista desportivo que começou a ganhar dinheiro a escrever, aquando da frequência do segundo ano do curso superior de Linguística.
O seu currículo inclui, ainda, a função de redator de publicidade (copywriter), afirmando ter escrito anúncios para diversas marcas. “A criatividade é muitas vezes o que faz o caminho”, defendeu, descrevendo como começou a trabalhar em publicidade sem ter currículo na área. “Em vez do currículo, mandei uma caixa gigantesca com uma alface dentro e um cartãozinho a dizer “Vimaranense quer ser alfacinha”, porque a agência ficava em Lisboa. Em baixo, indiquei só o meu email. Dois dias depois, já tinha resposta”.
O seu mais recente livro, “A Repartição”, publicado pela editora “Desrotina”, é considerado uma sátira dos tempos modernos. “Quis tentar perceber como é que podemos explorar, de forma emocional e ao mesmo tempo satírica, algo que à partida é tudo menos interessante em termos poéticos e artísticos, que é o espaço de uma repartição de finanças”, descreveu Pedro Chagas Freitas. “Gostava que as pessoas se identificassem com a Esmeralda Caçador e com o Anacleto Toupeira. Porque nós, no fundo, somos um bocadinho a mistura de caçadores com toupeiras – às vezes queremos esconder-nos, outras vezes queremos caçar”, acrescentou o autor.
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