Portugal já foi contemplado, por três vezes, com o título de Capital Europeia da Cultura: Lisboa 1994, Porto 2001 e Guimarães 2012. A 13 de junho deste ano, em Bruxelas, foi aprovada a lista dos países que, no período que decorre entre os anos de 2020 e 2033, irão organizar o evento. Em 2027 será novamente a vez de uma cidade portuguesa (juntamente com uma cidade da Letónia).
Nos termos do n.º 2 do artigo 7.º da Decisão n.º 445/2014/UE do Parlamento Europeu e do Conselho (de 16 de abril de 2014), 2021 é a data provável em que o governo nacional publicará, através do seu Ministério da Cultura, o convite à apresentação de candidaturas (pelo que, as cidades interessadas em entrar na corrida, dispõem de quatro anos para elaborarem o respetivo projeto). Poucos dias após 13 de junho deste ano, Faro, Évora, Leiria, Coimbra, Aveiro, Guarda e Braga, manifestaram publicamente essa intenção. A maioria desses municípios já constituiu equipas técnicas e científicas, que se encontram a trabalhar na construção de uma candidatura que se pretende vencedora.
Caldas da Rainha seria, houvesse interesse e empenho autárquico nesse sentido, uma séria concorrente. Desde logo, possui inúmeros símbolos emblemáticos, tais como mais de 500 anos de história; A Rainha D. Leonor; Rafael Bordalo Pinheiro; José Malhoa; As termas; O Parque D. Carlos I; A Mata Rainha D. Leonor; A Praça da Fruta; Uma escola superior de artes; E uma costa maravilhosa.
Alguns entenderão, com certeza, que esta cidade não tem a dimensão geográfica suficiente para pensar, sequer, numa candidatura. Acontece que, há muito que este fator deixou de ser determinante. Se, por ventura, dúvidas ainda existissem quanto a essa matéria, bastar-nos-ia consultar o parágrafo 12.º da Decisão atrás referida, onde pode ler-se que “o título deverá continuar a ser reservado às cidades, independentemente da sua dimensão”. A parte final do mesmo parágrafo aconselha, no entanto, a que, para que se atinja um público mais vasto, as cidades em causa abarquem a sua zona envolvente. E era isso precisamente que deveria fazer-se, trabalhar para uma candidatura em que o centro se situa-se na cidade das Caldas da Rainha, com a inclusão de toda a zona Oeste.
Só uma cidade nacional pode conquistar o título que lhe permita, em 2027, organizar o evento, mas todas aquelas que se atrevam a entrar na disputa sairão vencedoras, quanto mais não seja, pela consciência que a comunidade ganhará de si própria, da sua história, do seu património e da sua cultura.
A candidatura do PS encabeçada por Rui Calisto à União de Freguesias de Caldas da Rainha – Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, da qual orgulhosamente fiz parte, divulgou publicamente a proposta para que a autarquia avançasse com a candidatura da cidade. Proposta essa que foi completamente ignorada. Assim, como não se veem movimentações relativas à candidatura de Leiria (dando a ideia de que, talvez, tenha ficado pela intenção inicial), resta-me torcer para que Coimbra, a minha cidade do coração (desde os tempos de estudante da faculdade de Direito e para sempre), seja a eleita.
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