Os que obtiveram resultados melhores do que os alcançados há quatro anos e cumpriram as suas metas e expectativas, lisonjearam a maturidade do eleitorado e autoelogiaram as suas inefáveis virtudes. Os outros, procuraram justificações para o infortúnio próprio e a ventura alheia, especulando sobre a transferência de votos do Movimento Independente MVC – Viver o Concelho – que concorreu em 2013, mas não em 2017 – para os bem-aventurados destas eleições. Não deixa de ser curioso e significativo que, embora fisicamente ausente, o grupo de cidadãos eleitores, reunido sob a sigla MVC, tenha estado sempre presente no imaginário dos candidatos e eleitores caldenses.
Afirmaram uns que os votos do MVC foram para o PSD, enquanto outros defenderam que foram para o PS, o BE ou outro partido qualquer (e porque não para a abstenção?). Na verdade, os votos do MVC não foram para lado nenhum, pela simples razão de que o MVC nunca foi proprietário dos votos de ninguém. Quando concorreu há quatro anos, o MVC foi sempre muito claro na asserção de que os votos eram dos eleitores soberanos e não dos partidos políticos que deles usualmente se apropriam, motivo pelo qual nunca se interessou, quer por saber qual tinha sido a escolha da sua base eleitoral em escrutínios anteriores, quer pela orientação ideológica dos seus votantes e apoiantes (desde que democrática e interessada no bem da comunidade). Coerentemente, também agora se considera politicamente irrelevante e, até, despiciendo, saber em quem possam ter votado os mesmos eleitores.
O Movimento Independente MVC – Viver o Concelho, enquanto emergência da cidadania ativa e participativa, decidiu concorrer às eleições autárquicas de 2013 porque entendeu então, em diálogo com os cidadãos e com elevado sentido de responsabilidade e entrega, que fazia falta uma voz nova e diferente nos órgãos autárquicos caldenses. O MVC cumpriu de forma exemplar o seu mandato municipal, granjeando o respeito dos eleitores e dos seus pares na autarquia. Em 2017, após auscultação dos seus apoiantes e tendo em conta a nova realidade local, o MVC decidiu diferentemente sobre a sua intervenção eleitoral autárquica, mantendo no entanto a sua intervenção cívica ativa, através da Associação MVC, de que os encontros mensais “21 às 21” são um exemplo bem conhecido.
Não se exclui, naturalmente, que o MVC possa no futuro vir a candidatar-se a novas eleições, se essa for a sua ponderação e decisão. Mais do que um direito que lhe assiste, seria uma obrigação que os cidadãos lhe imporiam, designadamente daqueles que participam na comunidade e veem os autarcas como representantes das suas aspirações nos órgãos autárquicos (e não como peões de brega do seu desinteresse e irresponsabilidade cívicos). Mas, se voltar a apresentar-se a novo escrutínio autárquico, o MVC dirigir-se-á a todo o eleitorado sem distinção de qualquer tipo, não para tirar e ficar com os votos de quem quer seja, mas para respeitar e valorizar os votos que pertencem e pertencerão sempre aos eleitores soberanos. Única e exclusivamente a eles próprios.
Pelo Movimento Independente MVC – Viver o Concelho
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