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Entrevista a Humberto Marques, candidato do PSD à Câmara de Óbidos

“A situação financeira da Câmara é boa e sustentável, resultado de uma gestão responsável e rigorosa”

Marlene Sousa

EXCLUSIVO

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O presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, recandidata-se nas próximas eleições autárquicas. “Pela estratégia levada a cabo” acredita que no dia 1 de outubro os “eleitores vão afirmar a necessidade de manter este rumo”.
A prioridade do candidato social-democrata são “as pessoas”

O candidato social-democrata, que está a terminar o seu primeiro mandato à frente da autarquia de Óbidos, diz que foram quatro anos de grande transformação e que “os fundos comunitários teimavam em chegar e só foram disponibilizados no final deste mandato. Obras projetadas há vários anos só agora tiveram luz verde”.

JORNAL DAS CALDAS: Está a terminar o seu primeiro mandato. Que balanço faz da sua presidência?

Humberto Marques – Foram quatro anos de grande transformação em Óbidos. Olhámos para o território na perspetiva de cada pessoa, do munícipe, e traçámos uma estratégia que, sem perder a noção do todo, desse resposta a cada um. É nosso entender que conseguimos desenvolver muito trabalho, num ambiente nacional hostil. Os fundos comunitários teimavam em chegar e só foram disponibilizados no final deste mandato. Obras projetadas há vários anos só agora tiveram luz verde, mas mesmo essa luz verde foi o resultado de uma luta incessante, onde recusámos baixar os braços enquanto não se encontravam soluções. Quando os programas de financiamento negavam apoio, procuramos no setor privado e conseguimos! Mas este primeiro mandato foi só um início, há muito a fazer, estratégias a consolidar. Temos noção profunda dos dossiês, sabemos o que precisamos fazer, e temos mais experiência do que qualquer outro candidato. Estamos preparados para continuar o nosso trabalho. Não vamos parar! Óbidos precisa, as pessoas merecem.

J.C.: Viveram-se momentos de tensão nas eleições autárquicas de 2013 com o PSD a ganhar com uma diferença de cento e setenta e sete votos do PS. O que acha que vai acontecer a 1 de outubro de 2017? Acredita que vai reforçar a votação?

H.M. – Acredito nas pessoas de Óbidos, na democracia, e na sua vontade de continuar a estratégia que está em vigor. Temos uma população cada vez mais esclarecida, mais consciente e mais crítica. No entanto, não basta fazer promessas, é preciso mostrar como vamos cumpri-las. É preciso mostrar conhecimento profundo dos dossiês e capacidade para resolver problemas. Boa vontade e sentimentalismos exacerbados não vão desenvolver a nossa terra. Não podemos ter uma campanha que se reduz a um concurso de “quem gosta mais de Óbidos”. Ninguém dedica a sua vida a esta missão se não gostar de Óbidos, se não sentir amor pela sua terra. Assim, pelo resultado do nosso desempenho, das competências demonstradas, e da estratégia levada a cabo, acredito que no dia 1 de outubro os eleitores vão afirmar a necessidade de manter este rumo.

J.C.: Foi dito pela oposição que a Câmara de Óbidos atravessa dificuldades financeiras. Como avalia a gestão financeira atual?

H.M. – As afirmações da oposição são, no mínimo, estranhas porque nunca foi essa a postura assumida pelo Partido Socialista durante este mandato. Estas afirmações revelam ainda total desconhecimento da realidade financeira desta Câmara, pois as várias prestações de contas revelam precisamente o contrário. A situação financeira da Câmara de Óbidos é boa e sustentável, resultado de uma gestão responsável e rigorosa do executivo.

Conseguimos reduzir substancialmente as despesas fixas. Reduzimos a dívida de curto prazo. Conseguimos ainda reduzir o stock da dívida total em cerca de 29% e realizar amortizações da divida no valor de 3 milhões de euros. Ainda assim, diminuímos o IMI para 0.36% e abdicamos de 4% da participação que o município tem em sede de IRS e que é devolvido aos munícipes.

Além disso, cumprimos escrupulosamente os limites ao endividamento e apresentámos sempre um equilíbrio orçamental nas contas.

Ao contrário do PS que fala em “prejuízos”, não entendo a Câmara como uma empresa ou sequer uma associação. A Câmara deverá investir, prioritariamente, na população criando infraestruturas, programas e políticas que promovam o seu bem-estar económico e social. E, neste momento, a Câmara Municipal de Óbidos tem essa capacidade para o fazer, quando assegura uma média de investimento na ordem dos três milhões de euros por ano. Estes valores traduzem um investimento responsável e sustentado no concelho e não exclusivamente para a vila de Óbidos. Óbidos são as pessoas de todo o concelho.

J.C.: Houve alguma promessa que tenha feito há quatro anos que não cumpriu e qual o projeto que cumpriu que lhe deu mais satisfação?

H.M. – Prometemos aquilo que entendíamos ser exequível num ambiente nacional de grande constrangimento financeiro, onde o concelho naturalmente se insere.

Quando o País cresce economicamente, também o concelho tem maior possibilidade de crescer. Ainda assim, verificámos que o concelho cresceu e investiu mais do que a média do país. Sobretudo, preparámos o futuro do nosso concelho para os próximos anos, com grande sustentabilidade para continuarmos a crescer acima da média nacional.

Ainda assim, houve várias situações que eram pretensões antigas, e legítimas, das populações – como a Rua Manuel Teotónio, os Armazéns do Vinho da A-da-Gorda, o restauro do Santuário do Senhor da Pedra, entre outros. Prometemos, e o nosso foco foi, desde o primeiro dia, fazer acontecer cada uma das ações do nosso manifesto eleitoral. E por isso, todos os projetos concretizados deram-nos grande satisfação. Cada um deles foi ao encontro da melhoria de vida das pessoas; cada um deles foi a afirmação de que a política pode e deve ser séria, sem demagogias. O cumprimento de cada uma dessas promessas foi a afirmação da equipa que somos: pessoas de palavra, resilientes, capazes, que tanto se empenham para dar a resposta a meia dúzia de pessoas, como a todo um concelho.

J.C.: Se voltar a ganhar as eleições autárquicas a 1 de outubro de 2017, vai continuar com a mesma política e estratégia ou pretende implementar alguma mudança?

H.M. – A macro estratégia está definida e deve ser continuada. Há um conjunto de projetos que estão na sua fase inicial e devem ser consolidados; outros já estão afirmados e permitem repensar a equipa por forma a iniciar outras dinâmicas – como é o caso de um novo projeto de saúde e bem-estar, que vai ter um impacto importante para as pessoas de todo o concelho.

J.C.: Qual é a sua prioridade para o concelho de Óbidos?

H.M. – As pessoas. Cada pessoa e todas as pessoas. Fazer com que cada uma viva melhor; com que cada uma tenha mais orgulho nas suas raízes, na sua rua, na sua aldeia, no seu concelho. Fazer com que outras pessoas escolham Óbidos para viver, para educar os seus filhos, e para trabalhar.

J.C.: Quais são os principais problemas do concelho de Óbidos que gostava de ver resolvidos?

H.M. – Há alguns problemas que têm mesmo de ser resolvidos. Já iniciámos os processos, mas ainda não os resolvemos, como é o caso da população envelhecida que necessita ainda de mais apoio mas, um conjunto de políticas públicas que ajudem a regenerar as nossas aldeias, a fixar mais jovens no nosso concelho, dando novas dinâmicas em cada aldeia, em cada vila do concelho. Lançamos os alicerces para que isso aconteça. É por isso que é fundamental manter o rumo com segurança, sem nunca deixar de ter um pensamento crítico, para que a cada momento, se façam mudanças. Estamos muito conscientes das necessidades, mas fundamentalmente da forma como as vamos resolver. Não basta identificar os problemas. Mais importante é a experiência e a capacidade de saber como os resolver. De que vale identificá-los, se depois não se sabe como resolver?

J.C.: Óbidos tem-se afirmado com a realização de diversos eventos com bastante projeção. Estes eventos continuam a ser sustentáveis? E podem sê-lo no futuro?

H.M.: Os eventos são parte da estratégia de afirmação (nacional e internacional) de Óbidos e todos convergem para a dinâmica Óbidos Vila Literária. Temos repensado alguns deles, sempre com a preocupação da sua sustentabilidade e da sustentabilidade de Óbidos enquanto concelho. Por isso, os eventos são cada vez mais uma oportunidade para a nossa comunidade: criação de novos produtos; afirmação de novos talentos; montra privilegiada do “Made in Óbidos”. E são a face visível da marca “Óbidos”.

J.C.: O que diria a um investidor para escolher Óbidos?

H.M. – Ao longo destes anos, têm sido muitas as reuniões com investidores. Sinto que neste último mandato foram consolidados os argumentos. Além da localização privilegiada, da beleza da paisagem natural, das condições únicas de um município que tem apostado na criatividade e na inovação, da qualidade de vida que Óbidos oferece (educação, habitação, saúde, cultura), o reconhecimento de cidade criativa da Literatura, pela UNESCO, colocou Óbidos num patamar mundial, possibilitando a integração de investimentos vários numa rede mundial. Acrescem a todos os factos anteriores, os benefícios fiscais e incentivos comunitários de apoio ao investimento. O meu papel tem sido o da exigência com os investidores, mas do mesmo modo um parceiro. Não podemos sonhar um território justo, com fortes políticas sociais, se não tivermos o mesmo território a produzir riqueza e a criar postos de trabalho.

J.C.: O turismo tem crescido significativamente em 2016/2017. Óbidos tem acompanhado esse crescimento?

H.M. – O potencial turístico é uma realidade impossível de ignorar. Em Óbidos, essa realidade é sentida de forma incontornável.

Este executivo tem tido um trabalho importante no acompanhamento deste setor, por vezes, não de forma visível, mas de grande importância na atração de novos investidores, exemplo disso, são os resorts que estavam em insolvência e que agora reencontraram um caminho. O Presidente de Câmara teve um papel central neste processo. Por outro lado, outros candidatos referem-se a uma redução de dormidas na ordem dos 24.000. Estão errados. Este valor é resultado do aumento exponencial dos alojamentos locais, que não estavam anteriormente contabilizados. Não houve um decréscimo de dormidas. Houve, sim, um aumento do número de camas. A nossa taxa de ocupação é a mais alta da região.

Mas, o trabalho não acaba aqui. Reconhecemos que há cada vez mais pessoas a visitar Óbidos e temos de encontrar estratégias para acolhê-las bem, em todo o território, gerindo ainda a capacidade de carga do nosso destino. Estamos a estudar a melhor forma de desenvolver um turismo de qualidade, atraindo mais turistas, ou seja, pessoas que fiquem mais tempo e contribuam para o incremento da economia local, à escala de todo o território, sem com isso desvirtuar a autenticidade da Vila e do concelho. É um trabalho que vai exigir a atenção e esforço de todos, quer por parte do setor público, quer do privado. No entanto, acreditamos que juntos, conseguimos!

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