A entrega formal dos galardões aos quatro agentes económicos locais reuniu representantes dos quatro vinhos medalhados – duas adegas cooperativas e duas quintas vinícolas.
Esta ação de reconhecimento camarário decorre do facto de terem sido distinguidos naquele concurso internacional, com Grande Medalha de Ouro, o vinho “Confraria – Espumante Reserva Moscatel Seco 2013”, da Adega Cooperativa do Cadaval, e o vinho “Quinta do Gradil Tannat – Tinto 2015”, produzido na Quinta do Gradil. A iniciativa camarária considera ainda a distinção com Medalha de Ouro obtida pelo vinho “Quinta Nogueira Branco Reserva 2015” (produzido na Quinta de Porto Nogueira, Alguber) e pelo vinho “Mundus Tinto Alicante-Bouschet 2015”, este último proveniente da Adega Cooperativa da Vermelha.
O concurso “La Selezione del Sindaco” é a única competição internacional de vinhos que premeia, simultaneamente, a empresa que produz o vinho e o município onde as vinhas estão implantadas, sendo a participação limitada a vinhos de qualidade.
Iniciada há quinze anos em Itália, este concurso internacional, que passou em 2015 por Portugal, voltou a ser realizado no país de origem (mais precisamente na Costa de Amalfi, província de Salerno). O mesmo teve lugar entre os dias 25 e 28 de maio, numa organização da Associazione Nazionale delle Città del Vino em parceria com a RECEVIN – Rede Europeia de Cidades do Vinho e o apoio da Associação dos Municípios Portugueses do Vinho, entre outros.
Na entrega realizada no Cadaval, participaram, a convite do Município, quatro dos ex-presidentes da Câmara que puderam estar presentes: Aristides Sécio, Maria João Botelho, Valentim Matias e José Duarte.
José Bernardo Nunes, o atual presidente da Câmara, congratulou-se e felicitou os agentes económicos locais pelos galardões alcançados. Para o autarca, trata-se de uma conquista importante não só para o concelho como para a região, permitindo “quebrar tabus” e trazer a público a qualidade dos vinhos Região de Lisboa.
Os representantes premiados manifestaram-se reconhecidos pelo prémio e pela ação de entrega levada a efeito pelo Município.
Os responsáveis salientaram que este tipo de prémios reflete o esforço implementado, desde a produção à enologia, em prol da melhoria da qualidade do vinho produzido.
Realçaram ainda a importância das autarquias, e outros órgãos de decisão, na defesa, valorização e promoção do vinho, designadamente do vinho Região de Lisboa, e da sua ligação ao turismo e à gastronomia.
José Bernardo destacou a importância da Mostra de Produtos, decorrida em julho, na Rua Augusta, em Lisboa, com degustações e provas de vinho, numa iniciativa que envolveu OesteCIM – Comunidade Intermunicipal do Oeste e respetivos municípios, a par da CVR Lisboa – Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa e Câmara Municipal de Lisboa. O autarca evidenciou tratar-se esta de uma importante “montra gratuita”, onde se verificou que mais de 90 por cento das visitas, em julho, foram de turistas estrangeiros.
Para favorecer a participação naquela mostra, que regressa em outubro a Lisboa, o presidente da Câmara lembrou que a edilidade disponibiliza funcionários e transporte para os produtos que os agentes locais queiram promover, sendo que a presença do vinho é requisito essencial.
Vinhos de Lisboa com potencial para continuar a crescer
José Bernardo manifestou que é entendimento da OesteCIM e dos municípios associados que só com a promoção conjunta do território e do vinho se consegue cativar turistas, podendo os concelhos rurais periféricos prosperar do excedente de turismo verificado em Lisboa.
Segundo o edil, os Vinhos de Lisboa (região demarcada) cresceram 13 por cento, em 2016, e 21 por cento, no ano anterior. “Não era possível crescer assim tanto, no mercado nacional. Isto só foi possível porque a Região de Lisboa encerrou 2016 com 72 por cento de vinho exportado”, explicou o chefe do executivo.
Para o presidente, o crescimento verificado nos Vinhos de Lisboa tem margem para poder continuar a aumentar, dado existir ainda muito vinho por certificar, na região, que, embora possuindo condições para o efeito, não encontra mercado nos engarrafados.
O autarca lembrou que Lisboa é, há muitos anos, a segunda região que mais vinho (certificado) produz em Portugal, lugar entretanto repartido com o Alentejo e suplantado somente pelo Douro. Neste último caso, há que considerar que “tudo o que aparece declarado não é só vinho, porque não nos podemos esquecer que, em cada garrafa de vinho do Porto, 20 por cento é aguardente”.
O edil terminou o encontro, reforçando a disponibilidade camarária para colaborar na promoção dos vinhos, entendidos como fator potenciador do turismo local e da divulgação externa do concelho.
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