“Produzimos cerca de mil toneladas de fruta e para isso, dadas as características da quinta, temos que ter condições de rega, e nesse aspeto toda ela está abrangida”, isto porque “nem todos os terrenos são em várzea, existem encostas e se não fosse a rega não conseguiríamos estes números de produção”, revelou Pedro Matos Silva, proprietário da Quinta da Granja.
Com 90 hectares, o que “no Alentejo é pouco mas no Oeste é uma grande dor de cabeça”, a aposta passa por não expandir mais a produção. “O que fazemos é a renovação de pomares, ou seja, os mais velhos vão sendo renovados”, relatou.
A fruta produzida na Quinta da Granja é maioritariamente exportada. “Nós temos certificações de qualidade muito exigentes. É esse o principal motivo de conseguirmos exportar a maioria da nossa produção, com destaque para Inglaterra, Irlanda e Brasil”, salientou Pedro Matos Silva.
A campanha deste ano é equivalente à do ano transato e os calibres são bastante razoáveis, sendo que “colocamos nos pomares mais de cem pessoas durante três semanas. Essa é uma das dificuldades que nós temos. Não é fácil adquirir pessoas para apanha dos frutos o que é um paradoxo. Num país com 470 mil desempregados não se percebe a dificuldade em captar pessoas”. Perante isto “tivemos que recorrer a empresas direcionadas para este tipo de serviços e tem sido assim que conseguimos ultrapassar este obstáculo”. De salientar que “chegámos a promover um projeto piloto denominado Jovens e Pêras para angariação de estudantes, o que até dada altura correu bem”, no entanto, “atualmente os jovens não estão vocacionados para este tipo de serviço. Claro que ainda vão aparecendo oriundos de vários pontos do país e com diversas formações académicas”, frisou Pedro Matos Silva.
O gerente da Quinta da Granja acredita que no futuro tudo possa melhorar, dado que “esta atividade é muito difícil, com uma grande concorrência. As grandes superfícies abusam no esmagamento dos preços e perante isto a solução foi a exportação”. Por outro lado, “estamos a apostar noutras formas de desenvolvimento da quinta, quer para a realização de eventos, quer para a dinamização de hotel rural. Os projetos estão em curso, até porque a quinta está muito bem situada, sendo atravessada pela Nacional 8 e A8, pelo que tem as condições necessárias para ter sucesso nestes novos projetos”, disse Pedro Matos Silva.
João Paulo Basto
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